Ainda bem que não acabaram com a equipa B

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www.abola.pt
O Benfica, através do sector da formação, organizou ontem, no auditório do Centro Cultural Olga do Cadaval, em Sintra, o primeiro seminário nacional sob o tema da formação à alta competição. Com uma plateia composta por treinadores em início de carreira (60 por cento), professores de educação física, directores de clubes e estudantes, num total de 373 participantes (cinco por cento mulheres) entre 689 inscrições, muitas foram as questões postas aos prelectores, que tiveram a oportunidade de contar as suas experiências. Carlos Carvalhal (treinador do Belenenses), Nuno Guia (supervisor técnico do V. Setúbal) e João Paulo Costa (treinador dos iniciados do Benfica) deram o seu contributo na abordagem de algumas especificidades do desporto-rei (a periodização táctica, o trabalho da selecção grega no Euro-2004 e a formação de treinadores, respectivamente) mas foi José Couceiro, treinador do V. Setúbal, ontem na condição de acumulador de experiências a nível técnico, sindical e administrativo, que tocou o dedo em várias feridas. Realçando que o futebol é um dos sectores portugueses mais competitivos a nível internacional — «talvez só mesmo a cortiça nos supera», anotou — Couceiro apresentou, no entanto, grandes lacunas nas bases do futebol português. «A última vez que ouvi falar de um plano estratégico de desenvolvimento do futebol foi em 1993, com Carlos Queirós», atirou o treinador vitoriano, visando a Federação Portuguesa de Futebol e a Liga de clubes: «Não têm capacidade e coragem para mudar o estado das coisas.» Goleadas e goleados afastados O exemplo veio de imediato: «Não pode haver campeonatos juvenis em que as goleadas são constantes e os goleados só têm seis meses de competição.» Com isto quis dizer Couceiro que a formação tem de ser encarada como uma causa nobre. E por isso elogiou o trabalho desenvolvido na Luz: «Tem de ser criado um espaço de afirmação dos jovens entre os 18 e os 21 anos. Por isso elogio o Benfica por ter mantido a sua equipa B quando desceu à III Divisão. Por acaso, agora estão em primeiro lugar e podem subir... » A conclusão que emergiu é simples: «Quem forma terá sucesso no futuro.»