AINDA ESTAMOS DEPENDENTES DE A BOLA ENTRAR OU NÃO..

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Fonte
A Bola
Ainda estamos dependentes de a bola entrar ou não.. FALTAM quatro finais e o futuro da águia joga-se, e muito, em 360 minutos. Luís Filipe Vieira admitiu ontem que o Benfica necessita urgentemente de vencer o campeonato sob pena de o projecto empresarial em curso conhecer um revés. A marca é forte, mas o clube ainda depende da banca. Por isso, uma bola que bate na barra tem consequências bastante mais complexas. Isso mesmo fez questão de realçar o líder dos encarnados, mostrando-se, no entanto, francamente optimista na conquista do título. A atitude dos jogadores dá-lhe essa esperança. "Esta equipa já provou que sabe dar a volta a tudo e todos". Foi este o elogio colectivo de Luís Filipe Vieira aos jogadores encarnados, durante o discurso dirigido aos benfiquistas de Tavira, que ontem viram estrear a sede social da Casa local. O optimismo que reina entre os adeptos é grande, a ânsia de voltar a vencer um título desaparecido há 11 anos provoca comportamentos por vezes histéricos e é justamente a frustração que o presidente do Benfica teme. Frustração que poderia significar um forte travão no projecto empresarial que será apresentado quinta-feira, em conferência de Imprensa, no Estádio da Luz. A explicação é simples: Vieira quer chegar à meta dos 200 mil sócios com a chegada do novo cartão, que promete trazer grandes benefícios a quem aderir, e isso seria a mola impulsionadora para a consolidação da marca Benfica. E por inerência a forma de libertar o clube das dívidas à banca, a única forma encontrada pela Direcção para combater outras dívidas que vinham do passado. Por esta razão Luís Filipe Vieira usou um discurso realista quando falava aos jornalistas, fazendo um retrato da situação financeira do clube, numa confissão inesperada: "Eu estava muito tenso durante o jogo enquanto estávamos a perder. Mas não era pelo resultado em si mas porque estava a pensar nas consequências futuras que esse resultado poderia ter. Ainda estamos dependentes de a bola entrar ou não na baliza. Mas felizmente os jogadores souberam dar a volta. Eles estão determinados na conquista do título e é por isso que estou convicto de que vamos ser campeões." Regras para o futuro O projecto empresarial é uma promessa antiga de Luís Filipe Vieira e aposta pessoal. Mas admite que tem encontrado obstáculos e ontem evidenciava algum cansaço, voltando a deixar nas entrelinhas que não se recanditará à presidência. "Quando há uma derrota há pessoas que falam logo das coisas negativas, mas não se lembram de tudo de bom que temos feito ao longo destes últimos cinco anos. Temos os salários em dia com todos os atletas e colaboradores e a isso temos de somar mais 400 mil euros mensais que pagamos por acordos referentes a dívidas passadas. Há muita coisa que temos feito e se somássemos tudo isso dava para contratarmos três ou quatro nomes sonantes para o plantel. Mas eu não sou assim e os benfiquistas têm de gostar de mim assim. Se levarmos por diante este projecto financeiro, que começa por chegarmos à barreira dos 200 mil sócios, quem vier depois de mim terá criadas as linhas mestras deste clube e condições para fazer do Benfica um dos melhores clubes do Mundo, pois tem adeptos para isso", frisou. Contratações em marcha Mas se a situação financeira do Benfica não é a melhor, isso não significa que o clube não se reforce com algum peso na próxima época. Luís Filipe Vieira separa as águas e lembra que "a marca Benfica é muito forte e todos querem colaborar com o Benfica. Hoje em dia, no futebol não é preciso ser financeiramente forte para contratar bons jogadores. Temos uma grande marca e isso será fundamental", disse, reportando-se às parcerias estratégicas que está a levar a cabo fora de portas.