Ainda não ganhámos nada

Fonte
abola.pt
Poucos minutos faltavam para o meio-dia quando o primeiro grupo de jogadores do Benfica ultrapassou a porta de desembarque do Aeroporto de Lisboa. No local havia muita gente, mas a maioria teve uma reacção contida. Ainda assim, vários adolescentes, essencialmente, abordaram os jogadores com um pedido de autógrafo ou para tirarem fotografias. Só faltava Trapattoni, que se deslocou a Itália para tratar de assuntos particulares. Os rostos de todos transpiravam enorme tranquilidade e até satisfação interior. O Benfica vinha de uma vitória histórica na Choupana, terá calado muito gente, como prometeu Simão antes da partida, e chega a esta fase da época com todas as condições de lutar pelo título. Convidado pelos jornalistas para comentar a importância da vitória na Choupana e o estado de espírito da equipa para a recta final do campeonato, José Veiga, educadamente, mostrou-se indisponível. E teve um comentário que diz muito também da forma como encara os desafios que se seguem: "Ainda não ganhámos nada." Que é como quem diz, ainda não é tempo de deitar foguetes, do grupo se colocar em bicos de pés só porque superou fasquias que os cépticos não acreditavam, mormente com o empate nas Antas e a vitória na Choupana. O chamado ciclo terrível de Fevereiro/Março só não foi siderado com pleno sucesso por culpa do CSKA, na Taça UEFA. Numa fase em que qualquer distracção pode, agora sim, ser comprometedora, Veiga pretende que os jogadores atinjam níveis de concentração e humildade nos limites máximos. "Ainda não ganhámos nada", repetirá Veiga, incansável, aos jogadores.