Arbitragem: a errada expulsão de Alcides no «derby» com o Sporting e outros casos

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www.maisfutebol.iol.p
Os árbitros reuniram-se para mais uma acção de aperfeiçoamento patrocinada pela Liga de Clubes e pela Federação Portuguesa de Futebol. No dia de análise a vários casos que muita tinta fizeram correr nos jornais, foram falados alguns bem polémicos e outros que interessam apenas pela curiosidade. Sabia que Alcides foi mal expulso no último derby entre o Sporting e o Benfica. É verdade. Os árbitros analisaram o encontro e aproveitaram duas situações do jogo para falar de lances em que o jogador segue isolado para a baliza. No Sporting-Benfica, Rui Jorge e Alcides foram expulsos por agarrarem adversários que seguiam para a baliza. Mas a expulsão do defesa benfiquista acabou por ser incorrecta. «Não foi uma boa decisão», disse Antonino Silva, membro da comissão técnica nacional, apoiando-se em imagens de Alcides a segurar Liedson. «Justifica-se neste caso cartão amarelo porque existem dois jogadores do Benfica lado a lado com a jogada. O que acontece aqui é que o árbitro está no enfiamento do lance e para lá de Liedson apenas vê o guarda-redes. Por isso mesmo, o ângulo que tem é de que o jogador segue isolado para a baliza, e essa a sinalética que o árbitro faz depois de mostrar o cartão vermelho ao jogador do Benfica», esclareceu. «Foi uma má decisão, mas muito difícil de tomar pela rapidez do lance. O árbitro penso que era uma situação idêntica à primeira». A primeira foi Rui Jorge a segurar Geovanni quando este já se encaminhava para a baliza. O defesa do Sporting também recebeu ordem de expulsão. Neste caso justificada. «Foi bem expulso porque o jogador do Benfica podia chegar à baliza, e ficava sozinho, tendo apenas o guarda-redes pela sua frente», disse o técnico de arbitragem. A nova determinação dos fora-de-jogo, e a discussão entre Sougou e Krpan Os juízes portugueses, em reflexão neste dia, foram também alertados para os fora-de-jogo. Neste plano, o exemplo mais curioso surgiu do jogo entre o União de Leiria com o Gil Vicente. A determinado momento, Krpan surgiu isolado na cara de Paulo Jorge, fez-lhe o chapéu e Sougou, o jovem avançado leiriense confirmou o golo, mas tocou na bola antes da linha de baliza. O árbitro assistente assinalou fora-de-jogo. Na altura, Krpan não se virou para o árbitro, mas para Sougou, reclamando insistentemente com o colega por este ter tocado na bola sem necessidade. Soube-se hoje então, que o lance foi mal ajuizado pelo árbitro assistente, uma vez que Sougou estava mesmo em jogo quando tocou na bola. Algo que passou despercebido. Os árbitros foram, neste capítulo, aconselhados a fazer o «espera e vê». Ou seja, esperar mais tempo para analisar o lance, e só levantar a bandeirola em caso de certeza absoluta. Em dúvida, os assistentes devem mandar jogar. «A lei é das mais pequenas, mas das mais complexas», disse Antonino Silva. «A lei foi alterada, e a partir da próxima época, conta para fora-de-jogo toda a parte do corpo do jogador que estiver em irregularidade à excepção dos braços. Em caso de dúvida deixa-se andar o jogo, queremos é golos», alertou. É validado golo com duas bolas em campo A situação envolve o U. Leiria novamente, mas desta vez com o Vitória de Setúbal. O golo dos leirienses foi marcado no momento em que Marco Tábuas, o guarda-redes sadino, afastava uma segunda bola do campo. «No lance, o guarda-redes não devia ter ido buscar a bola. Ele viu o erro que cometeu e foi a correr para a baliza, mas já não chegou a tempo. O árbitro estava de costas, nenhum assistente viu a acção do guarda-redes, por isso, não havia razão para não validar o golo», esclareceu Antonino Silva. «Pode ser validado golo caso uma segunda bola não interfira com o jogo. O protesto do V. Setúbal foi analisado e indeferido pela Comissão Disciplinar da Liga, tal como foi indeferido o recurso no Conselho de Disciplina da Federação.»