A batalha da contra-informação

Fonte
O Jogo
Terminou a grande batalha da contra-informação: Camacho continua a ser o treinador do Benfica. A partir de agora vai tornar-se cada vez mais claro que nem o Benfica corria o risco de ver o seu nome subalternizado, nem Camacho esteve todo este tempo a fazer perrices. Os reforços que vão chegar à Luz confirmarão a tese de que Filipe Vieira nunca perdeu verdadeiramente o controlo da situação. E que só um objectivo permanece inatingível: Rui Costa. Mas a evidência de que Rui Costa é mais um desejo que um objectivo nas actuais circunstâncias - tem um vencimento de um milhão de contos anuais no AC Milan - nunca poderia, por si só, justificar a ruptura entre o treinador e o presidente da SAD. Isso significaria a inexistência de um projecto ou sequer de planos alternativos como exige qualquer estratégia credível. Mal estaria o Benfica e Filipe Vieira se não conseguissem reunir condições para um plano de reforços consistente, com ou sem Rui Costa. Por outro lado, não era credível que Vieira negociasse a compra de Ricardo sem o aval do técnico. Bem sei que se trata do guarda-redes da Selecção mas Moreira tem uma enorme margem de progressão e, esta época, tivemos o exemplo de futebolistas sem currículo que Mourinho transformou em campeões. A negociação de Ricardo só podia ser um sinal de que Vieira e Camacho continuavam a trabalhar para a nova época. A verdade é que apesar desse sinal dado pela negociação de Ricardo, alguém apostou tudo num cenário sem sentido: a de que Camacho já não merecia o Benfica. Falta apenas perceber toda a dimensão dessa aposta para entendermos até que ponto Vieira tem razão quando deixa escapar, aqui e ali, a ideia de que nem todos remam no mesmo sentido. Talvez que esta grande batalha da contra-informação em torno de Camacho não tenha passado de um plano para permitir ao presidente da Benfica, SAD perceber completamente com quem pode contar para o projecto que pretende liderar.