Fonte
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Perder três pontos é coisa pouco grave neste campeonato. Mesmo que isso aconteça com o penúltimo. Afinal, o F.C. Porto também perdeu em casa com o Beira Mar e virou à frente.
Grave, para o Benfica, é ter assinado mais uma confissão de fraqueza. Pública e notória.
Em Alvalade o Benfica lamentou a ausência de Miguel e Luisão. No Restelo a derrota também foi feia, mas nessa noite foram lamentadas as ausências e prometidos reforços.
Pois é aí que começa o problema.
Desta vez estava quase toda a gente e o penúltimo anulou sem dificuldades os pontos fortes do Benfica: os dois avançados, Simão, Geovanni, Petit. Aniquilando as alas e os pontas-de-lança, o Benfica foi convidado a tentar jogar pelo meio. O que expôs demasiado Paulo Almeida.
Do Restelo para este jogo, na Luz, muita coisa mudou no plantel. Mas nada verdadeiramente importante.
Saíram o único número 10 do plantel, Zahovic, um central, Argel, e o ponta-de-lança mais eficaz dos últimos dois anos, Sokota.
Regressou Roger, mas não pode jogar porque no fundo o Benfica continua a não o querer na Luz. Chegou mais um central (para quê?). Só agora vai começar a treinar um criativo, Nuno Assis, e falta convencer um ponta-de-lança argentino, Maxi Lopéz.
Ou seja, o Benfica agiu devagar no mercado de Inverno, espécie de confissão pública da pouca capacidade do clube em movimentar-se. Tal como no Verão, as decisões tomadas em Janeiro são questionáveis e de eficácia a comprovar.
Sem a cumplicidade dos adeptos, sem rasgo e repetida incapacidade para aceitar os problemas e encará-los, resta ao presidente do Benfica a boa imprensa que caracteriza a sua passagem pela Luz. E agora o ombro amigo de Dias da Cunha para chorar mágoas como a deste sábado.
P.S. A poucos minutos do intervalo Tanque Silva falhou com escândalo o 2-0. As cameras procuraram Luís Filipe Vieira e encontraram o presidente do Benfica a rir. Resta saber de quê.