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VIVA O BENFICA
Pedro Justino Alves
O Benfica apresentou nesta quinta-feira os moldes que vai seguir na área de formação nos próximos três anos, duração do contrato de António Carraça, gestor responsável por esta área, com o clube da Luz. O objectivo é tornar a formação encarnada uma referência no país.
Segundo o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, «António Carraça é o homem ideal para assumir a área da formação», uma área que será totalmente remodelada, uma área que vai sofrer uma autêntica revolução. O dirigente revelou que, a partir de agora, haverá um clara divisão entre o futebol profissional e a formação. «Vamos profissionalizar e responsabilizar a formação. António Carraça tem, ao mesmo tempo, a dificuldade e a felicidade de representar e coordenar a formação no Benfica».
E é com orgulho que o ex-presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) assume este desafio, que caracteriza de «fantástico». António Carraça referiu que o projecto que coordena é «uma aposta da SAD, uma área nobre da sua estratégia interna». O agora dirigente da Luz admitiu que a área de formação do Benfica sofreu uma grande reestruturação. E uma das principais mudanças será a atenção dispensada aos estudos dos jogadores. Segundo Carraça, «um jogador com ensino é um jogador mais inteligente». Ou seja, as jovens águias serão permanentemente avaliadas, tudo porque «o futebol tem um tempo limitado e nem todos conseguem alcançar a profissionalização».
Na apresentação, o ex-presidente do SJPF definiu em sete factores a sua estratégia:
1) aposta na qualidade («já definimos o perfil do treinador, agora vamos definir o perfil dos jogadores, o seu carácter, a sua personalidade, a sua estatura, a sua cultura social e de jogo»); 2) criação de hábitos de vitória com o complemento do prazer de jogar («ganhar, mas não de qualquer maneira, a qualquer preço. Ganhar de forma justa e digna»); 3) gestão rápida e eficaz com visão estratégica; 4) criação de um gabinete técnico; 5) importância da prospecção («o gabinete da prospecção será alargado»); 6) criar sinergias e optimizar as escolinhas do Benfica em todo o país; 7) melhoria da infra-estruturas («neste momento é um handicap em relação aos nossos principais adversário, mas isso poderá servir de incentivo para uma maior união»).
O dirigente relembrou que uma das saídas do futebol profissional em Portugal é precisamente a formação. No final, Carraça afirmou que o importante neste projecto era ganhar, «mas a primordial função é formar homens e jogadores».
Questionado pelos jornalistas do motivo da saída de António Bastos Lopes do comando técnico dos juniores depois deste ter alcançado o título nacional, António Carraça preferiu não entrar em polémicas, referindo apenas que o técnico «não se enquandra com o perfil definido do nosso projecto». António Bastos Lopes vai ser o treinador-adjunto da equipa B e, aos mesmo tempo, o treinador dos Infantis A.