A caminho dos milhões

A caminho dos milhões tal como na época 97/98 A equipa encarnada poderá festejar hoje o acesso à Liga dos Campeões, bastando para isso que o Sporting empate esta noite com o Leiria. O filme não é inédito e o "original" revelou um final feliz para o clube da Luz. Por agora, e comparando as épocas, o que se pode dizer é que o Benfica de Camacho é melhor do que o de Souness, principalmente quando joga fora ANA PROENÇA Já vai longe a época 1997/98. A equipa encarnada era então dirigida pelo escocês Graeme Souness e o ponta-de-lança Nuno Gomes a única peça comum entre o plantel de então e aquele que hoje é dirigido por José António Camacho. Apesar das diferenças, a história vivida pelo Benfica actual poderá ser uma repetição desses tempos, e basta o Sporting empatar hoje para a harmonia ser quase perfeita... A explicação é simples, tanto quanto as semelhanças. Veja-se: foi na temporada 97/98 que o clube da Luz conseguiu pela última vez o passaporte para a Liga dos Campeões; garantiu-o na 31.ª jornada do Campeonato, ao beneficiar do empate do Sporting, a um golo, no terreno da Académica; com três jornadas por disputar e uma distância de 10 pontos sobre o principal perseguidor, o Benfica pôde então festejar o segundo lugar, enquanto o FC Porto fazia também a festa do título, e o acesso à segunda pré-eliminatória da Liga dos Campeões. A tudo isto há a acrescentar que remonta também a essa temporada a última vitória da equipa encarnada no Estádio do Restelo (2-1), algo que voltou a acontecer este sábado e, como que "a tirar a barriga de misérias", com números mais expressivos (aliás, há 22 anos que os encarnados não marcavam quatro golos na casa do Belenenses). Ou seja, são muitas as coincidências, basta apenas mais uma. Mais pontos e mais golos Já se viram os pontos em comum, há que ver agora as diferenças entre o comportamento da equipa esta época e aquele que teve a de 97/98. E uma salta desde logo à vista: a equipa actual, que foi primeiro orientada por Jesualdo Ferreira e só depois por José António Camacho, baseia grande parte do seu sucesso nos jogos disputados fora de casa, algo que Manuel José, Mário Wilson e Graeme Souness, o trio que passou pela Luz há cinco épocas, não conseguiu com tanto brilhantismo. Cumpridos 31 jogos da SuperLiga, o Benfica soma 68 pontos, mais seis do que detinha na época 97/98, quando estava em iguais circunstâncias. Com um total de 21 triunfos, cinco empates e outras tantas derrotas, conseguiu conquistar esta temporada mais três vitórias do que então, todas elas em terreno alheio, e marcou também mais 15 golos no total. Ou seja: 30 contra 33 em casa e 37 contra 19 fora. Basta agora fazer as contas...