CMVM obriga Berardo a lançar OPA sobre 85% do capital total do Benfica

A Metalgest, de Joe Berardo, foi obrigada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários a lançar a oferta pública de aquisição (OPA) sobre 85% do capital da SAD do Benfica e não sobre os 60% previamente avançados. O sucesso da operação continua dependente da aquisição de 30% do capital. A Metalgest publicou uma adenda ao anúncio da OPA, onde adianta que passam a ser objecto da oferta, para além das 9 milhões de acções de Categoria B, também 3, 75 milhões de acções de Categoria A, que estão na posse do clube. A OPA passa assim a incidir sobre 85% do capital da SAD, sendo que os restantes 15% não podem ser alienados pelo clube, pois caso o fizesse o Benfica perderia o estatuto de entidade pública e arriscava-se a ver a equipa de futebol relegada para os distritais. A empresa de Berardo assume "não concordar com a interpretação da CMVM", mas está "conformada com a decisão", até porque o Benfica já anunciou que não vai vender as suas acções. Nem os 40% que controla em acções de Categoria A, nem os 10% que detêm em acções de categoria B e que lhe conferem o controlo da maioria do capital da SAD. Esta decisão da CMVM decorre da interpretação do Código dos Valores Mobiliários, que diz que, numa OPA, todos os accionistas têm de ter a possibilidade de alienar as suas acções.