Fonte
abola
Dedé está hesitante em deixar Dortmund e uma longa experiência de sete anos, mas os encantos de Portugal e do Benfica parecem capazes de seduzi-lo. O lateral-esquerdo que os campeões nacionais cobiçam para reforçar o plantel apenas balança em virtude de, jogando mais uma temporada na Alemanha, obter a cidadania do país, como disse a A BOLA na sua mansão, na Enseada das Garças, nos arredores da grande capital estadual de Minas Gerais
Foi à beira da convidativa piscina que Dedé expressou a sua vontade quanto à hipótese de se tornar jogador do Benfica nas próximas quatro épocas.
— Vai para o Benfica ou não?
— Não sei. Só na semana que vem é que vamos conversar com o Borussia de Dortmund. Comigo e com o meu empresário só houve um contacto, de um director do Benfica.
— José Veiga?
—... Não posso dizer-lhe [risos]. Posso adiantar que me agrada bastante a possibilidade de jogar a Champions League. Na última época, as coisas não correram bem ao Borussia de Dortmund, ficámos em sétimo, vamos à Taça UEFA, mas não é a mesma coisa. Renovei pelo Borussia, por uma época mais outra de opção. Não sei o que vou fazer: se jogar mais um a época na Alemanha, obtenho a cidadania alemã, o que era bom para a minha carreira.
— O que conhece do Benfica?
— É o campeão, há 11 anos que não o conseguia. O interesse do Benfica enche-me de orgulho e deixa-me muito feliz. Para mais, tenho muito boas referências do novo técnico. Ronald Koeman.
— Mas acompanha o futebol português?
— Sempre, capto a Sport TV e a SIC em casa, acompanho os jogos e resumos quase em directo. E vi, inclusive, um pouco da festa do título que os adeptos do Benfica fizeram. Que entusiasmo! O Benfica mereceu ser campeão, foi a equipa mais regular.
— Saiu do Brasil aos 20 anos, ao fim de sete em Dortmund sente vontade de mudar de ares, também?
— Estou bem no Borussia, onde sou ídolo dos adeptos. Sou o jogador estrangeiro com mais jogos pela equipa só na Bundesliga, 199. No total de provas, passas dos 250 jogos.
Portugal é como um segundo Brasil
— Guarda boas recordações da Alemanha...
— As melhores, só tenho a dizer bem do Borussia. E com a cidadania alemã, seria mais fácil para mim jogar noutro país da Europa, como jogador comunitário.
— O seu procurador, Assis, jogou no Sporting. O que lhe disse sobre Lisboa e o clube?
— Roberto ficou contente. Ele diz-me que Portugal é como se fosse um segundo Brasil.
— Quais são as suas características?
— Sou canhoto, não tenho dificuldades em jogar pelo lado esquerdo, gosto de jogar na raça. Gosto de sair com a bola jogável para o ataque, mas, se for preciso, também vigio, na marcação.
— Se for para o Benfica, Dos Santos será seu concorrente directo pelo lugar. Conhece-o?
— Já vi Dos Santos, pareceu-me bom jogador.
— E Paulo Sousa? Foi por pouco que não jogou a seu lado no Borussia...
— É verdade. Ainda hoje ele é um ídolos para os nossos adeptos, na grande equipa campeã da Europa. Eu já tive a felicidade de saborear um título da Alemanha, em 2002/2003, e de jogar uma final da Taça UEFA: perdemos com o Feyenoord... em Roterdão, no estádio deles. Mas o meu maior orgulho e sonho realizado foi ter alinhado com o meu irmão Leo pela equipa principal do Borussia num jogo da Champions League, com o Marselha.
— Se assinar pelo Benfica por quatro anos, terá 31 no final do vínculo. É o seu último contrato, ou, perante a proposta existente, o contrato da sua vida?
— Nada disso. Sinto-me bem, não sei ainda quantos mais anos vou jogar. Só sei que a vida é imprevisível. Por isso, procuro viver o momento. E não decido sozinho: há a questão por resolver, com o Borussia. Vamos ver o que acontece...
— Acha que se adaptará bem a Portugal?
— Quem se adapta à Alemanha, com um idioma difícil e temperaturas que chegam aos 22 graus negativos, adapta-se a viver em qualquer lugar!