E O ÓSCAR VAI PARA: MAKUKULA

Fonte
Diário De Notícias
Makukula promete "revolucionar" o futebol português no próximo semestre. Para já, Luiz Felipe Scolari tornou a incluir o ponta-de--lança contratado pelo Benfica ao Marítimo no leque de convocados para o "particular" com a Itália, na próxima quarta-feira, o que significa que conta com o goleador na fase final do Campeonato da Europa. Por outro lado, o antigo jogador do Sevilha foi apresentado no Estádio da Luz na qualidade de "alvo" prioritário de Camacho, o que faz obviamente supor que o treinador espanhol equaciona uma linha da frente alicerçada no poder físico de Makukula. O "gigante" de 1,92 m tem, pois, todas as condições para se assumir como a grande figura da segunda metade da época, com reflexos na produção da selecção portuguesa no Euro organizado pela Áustria e pela Suíça. O único problema chama-se. Cardozo, Óscar Cardozo, e também poderia ser traduzido numa palavra transversal a todos os domínios, do político ao psicológico, do desportivo ao social: Coabitação. Scolari, muito mais flexível do ponto de vista táctico do que Camacho, mesmo estando acostumado a trabalhar com um sistema que teoricamente privilegia o sentido de área de Makukula (o 4x3x3 que Sebastião Lazaroni também recriou no Marítimo), já fez questão de anunciar que frente à Itália pensa na titularidade do novo reforço do Benfica e na experimentação de um modelo alternativo que passa pela redução de elementos na retaguarda e pelo aumento de unidades no ataque. Por outras palavras, o seleccionador de Portugal admitiu regressar ao 3x5x2 (de longe a táctica que melhor poderia explorar as características da matéria-prima actualmente à disposição de Scolari) e assim ensaiar um onze com dois homens de área sem abdicar dos extremos de valor excepcional. Ora um cenário desta natureza estratégica dificilmente será estudado no Seixal, onde, valha a verdade, Camacho não tem alas que se possam comparar aos Ronaldos e aos Quaresmas (já nem Simão tem) e muito menos "vontade política" para arquitectar um plano B que possa servir de solução para o circunspecto e em muitos casos ultrapassadíssimo 4x2x3x1. Assim sendo, o problema da coabitação no Seixal entre Makukula e Cardozo parece condenado a um único tipo de resolução, que passa pelo "sacrifício" do lateral-direito de raiz. Luís Filipe ou Nélson, face às escolhas que Camacho que tem feito, terão de entregar o lugar a Maxi Pereira de maneira a abrir espaço na direita do meio-campo a Katsouranis. Desta forma, o técnico espanhol poderia sempre preservar à frente da dupla Petit/Rui Costa uma linha de três jogadores composta por Katsouranis, Cardozo e Rodríguez, cabendo, claro, a Makukula, suportar o "isolamento" na posição 9. Claro que nada disto poderá ser visto já amanhã, diante do Nacional, uma vez que David Luiz está lesionado, Rui Costa suspenso e Makukula não foi inscrito a tempo. No fundo, será também a última oportunidade para Nuno Gomes baralhar as contas todas de Camacho e mostrar que merece tanto ou mais que Cardozo o "Óscar da coabitação" com Makukula. Scolari agradeceria. (...)