Gaspar Ramos: «O Benfica está a ser gerido por amadores»

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www.record.pt
“Não quero ser mais nada no clube, ao qual dei muitos anos da minha vida, mas não calo a minha revolta” – diz-nos Gaspar Ramos, para quem a situação actual que vive o futebol do Benfica “é um reflexo da gestão que tem sido feita”. Lembra o exemplo de Camacho, que, “além de treinador, foi director, ao tomar certas decisões e ao introduzir regras que não lhe cabiam a ele tomar, mas ainda bem que o fez”. Reconhece que Trapattoni “tem responsabilidades nos resultados, mas não se pode condená-lo”, e considera ter sido um erro a sua contratação: “Quando se contrata um treinador tem de haver uma identificação entre a sua filosofia e o modelo de jogo que o Benfica pratica. Ora, o modelo base de Trapattoni é o 4x5x1, com algumas variantes. Com cinquenta e tal de anos de futebol, não é agora que ele vai mudar. O Benfica foi a Alvalade jogar como o faz qualquer equipa pequena, para o empate, e toda a gente sabe que não se ganham campeonatos a jogar fora para o empate.” Gaspar Ramos atribui esses erros de gestão a “pessoas sem cultura benfiquista, de duvidosa competência, que estão no clube como profissionais, mas que o gerem como amadores. Mesmo os jogadores que foram contratados não têm nem qualidade nem características adequadas ao modelo de jogo que o Benfica deve praticar”. Tudo isto, diz Gaspar Ramos, “instabiliza a equipa e não é por acaso que Nuno Gomes disse o que disse no fim do jogo com o Sporting”. A anunciada contratação de Maxi López à custa da venda de parte do passe de Manuel Fernandes justifica uma posição crítica de Gaspar Ramos: “Se houvesse uma mais-valia desportiva imediata e patrimonial, tudo bem. Duvido é que haja essa garantia. Desprezam o mercado nacional, onde há jogadores jovens a despontar, a baixo custo, para contratarem estrangeiros caros, não comunitários, com altos salários, que levam tempo a adaptar-se, ligados a instituições que mantêm a maior percentagem do passe e só estão interessadas em valorizá-los num grande clube por razões lucrativas.”