HOSPITAL DE GUIMARÃES BRANQUEOU

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blog da bola
Armou-se um grande espectáculo em redor de um adepto do Vitória de Guimarães que foi esfaqueado por um adepto benfiquista. Qual o meu espanto quando vejo esta quinta- feira no jornal “O Crime”, um adepto do Benfica, residente em Braga, que quase foi morto por uma turba de adeptos vimaranenses só porque trazia uma camisola do Benfica vestida. Mas, o mais grave é que o Hospital de Guimarães branqueou a situação e tratou os feridos que foram às urgências conforme a cor do seu clube. Mais grave ainda é que os órgãos de Comunicação Social que deram grande destaque ao ferido vimaranense, apesar de enganados, continuam a não ligar nenhuma ao homem que quase foi morto por adeptos do Guimarães. Aqui fica a entrevista dada ao Crime pelo adepto Benfiquista: ADEPTO DO BENFICA FERIDO A “O CRIME” “PODERIA TER MORRIDO SÓ PORQUE USAVA A CAMISOLA DO MEU CLUBE” Ricardo Dias tem 20 anos e é adepto do Benfica desde muito novo. Vive em Braga e sempre que o seu clube vem jogar ao Norte junta-se a uns amigos e apoia a sua equipa. Até ao passado sábado nunca teve qualquer tipo de problemas relacionados com violência nos estádios. Eis o relato que fez a “ O Crime” da emboscada de que foi vítima: RD – Quando o jogo acabou, eu e mais três amigos saímos do Estádio e dirigimo-nos para a nossa viatura para regressarmos a Braga. Quando já íamos a meio do caminho ouvimos um barulho, olhamos para trás e vimos um grande grupo de adeptos do Vitória a correr em nossa direcção. Claro que a primeira coisa que fizemos foi fugir um para cada lado porque nos apercebemos que íamos ser agredidos. Os meus colegas conseguiram escapar, mas eu fui apanhado por um grupo de cerca de 20 indivíduos em fúria que me começaram a agredir sem qualquer justificação. Primeiro deram-me murros na cara e depois de eu cair no chão começaram a agredir-me a pontapé na cabeça. Julguei que ia morrer. O Crime – Come é que os seus agressores sabiam que era adepto do Benfica? RD – Porque usava com um cachecol e uma camisola do meu clube. Não fizemos mal a ninguém, não insultamos ninguém. O nosso crime foi termos sido identificados como adeptos do Benfica. C – os seus amigos não vieram em seu socorro? RD – Eles não podiam fazer nada. Era apenas 3 e os outros mais de 20. A minha sorte, ou o meu azar, foi terem-me rebentado com o nariz e a boca toda e como fiquei com a cara toda inchada e ensanguentada e prostrado no alcatrão, onde continuaram a dar-me pontapés, acabaram por me largar. Logo que me deixaram prostrado no chão e desataram a correr para agredir outros adeptos do Benfica, os meus amigos vieram socorrer-me e foi quando me levaram para o hospital. C – O que é que lhe fizeram lá? RD – Viram-me o nariz e a boca. Meteram-me uma coisa pelo nariz dentro para estancar o sangue e um individuo veio ter comigo e perguntou-se de que clube era. Eu disse: do Benfica e ele respondeu-me então vais ser transferido para o Porto. C – E depois? RD – Trouxeram para o Porto e fiquei deitado numa cama até ao outro dia de manhã. Não me fizeram nada porque não havia “otorrino”. Quando o médico veio, viu-me o nariz, fui radiografado e depois lá foi feito o tratamento que necessitava. C – Num Hospital de S. João do Porto, não havia otorrinolaringologista? RD – Parece que não. C – No Hospital em Guimarães sentiu-se marginalizado só por ser do Benfica? RD – Senti que me queriam despachar dali o mais depressa possível. Acabei por vir para o Porto, mas só de manhã fui visto por um médico. C – No próximo jogo em que o Benfica vier ao norte vai apoiar a sua equipa? RD – Começo a ter medo de toda esta violência. Não sei se vou voltar a um estádio. È por estas e por outras que os estádios estão cada vez mais vazios. Não fiz mal a ninguém e poderia ter morrido só porque usava uma camisola do meu clube.