João Pinto e José Veiga: Fraude fiscal

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A configuração do crime como burla qualificada também ainda não está completamente afastada, já que o Ministério PÚblico (MP) defende que, perante a hipótese de terem existido documentos falsos, o caso representa uma burla ao Estado, cuja qualificação jurídica passa a agravada, por se tratar de um montante elevado. A pena também sobe para um limite máximo de oito anos de cadeia. O processo está agora dependente de uma carta rogatória, enviada para o Luxemburgo, onde se tenta determinar o rasto do dinheiro. Em causa estão 3,2 milhões de euros, que fugiram ao controlo do Fisco. João Pinto acabara de rescindir com o Benfica e Sporting acabou por acordar a sua aquisição por 4,1 milhões. O contrato fala em direitos de imagem no valor de 3,2 milhões, que entraram numa conta de um banco inglês, em nome da empresa inglesa Goodstone, onde Veiga tinha uma procuração que lhe dava amplos poderes. Veiga diz que interveio no processo como amigo do jogador, mas o Sporting assegura que era o empresário de João Pinto. O atleta, por sua vez, começou por se dizer enganado e remeteu-se ao silêncio quando foi constituído arguido. Da conta da Goodstone, a PJ sabe que o dinheiro seguiu depois para o Luxemburgo. A investigação sustenta que antes de entrar nas contas de João Pinto o dinheiro ainda passou por outra conta de Veiga no Luxemburgo. O Correio Sport apurou que há poucos dias o Ministério Público requereu a manutenção do segredo de justiça do processo e o prolongamento por mais três meses do prazo da investigação. VEIGA NÃO PAGOU CAUÇÃO DE 500 MIL EUROS José Veiga foi detido há mais de um ano e ouvido no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa. Foi-lhe aplicada uma caução de 500 mil euros, mas o ex-empresário disse que não dispunha de tal verba. Recorreu da decisão do juiz do TIC, que não lhe deu razão. Voltou a recorrer para a Relação de Lisboa e até hoje não foi notificado de qualquer decisão. “O meu cliente não está em incumprimento. Os tribunais ainda não decidiram se ele tem ou não de prestar caução”, disse João Correia ao Correio Sport, que não se conforma com a detenção de Veiga: “Por que não pediram a carta rogatória antes de deterem o meu cliente?”