Liga dos Campeões: FC Copenhaga-Benfica, 0-1 (crónica)

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O Benfica juntou-se ao F.C. Porto e Sporting na fase de grupos da Liga dos Campeões com uma vitória sobre o FC Copenhaga (1-0), em pleno Parken, bem à imagem de José António Camacho. O treinador espanhol tinha pedido à equipa para sofrer e os encarnados corresponderam à letra, pelo menos até ao golo ensaiado que também estava no rol dos pedidos do técnico, este último com o carimbo de «essencial». Confirmada a indisponibilidade de Luisão, José António Camacho retocou apenas a equipas nas alas, abdicando de Nuno Assis e Fábio Coentrão para lançar Luís Filipe para a titularidade e oferecer a estreia a Di Maria. Mas, tal como já se tinha verificado frente ao V. Guimarães, voltaram a ser os extremos a dar menos rendimento à equipa. Os primeiros quinze minutos foram um verdadeiro pesadelo para os de encarnado. Ao ritmo dos cânticos das bancadas, repletas com quase quarenta mil adeptos, os dinamarqueses carregaram de forma intensa sobre a baliza de Quim, conquistando o meio-campo à força, com rápidas trocas de bola a baralhar as marcações dos portugueses. Silberbauer e Hutchinson pressionavam sobre os flancos, Nordstrand e Allback movimentavam-se bem na área, enquanto Noregaard e Wurtz surgiam do nada a criar desequilíbrios. As oportunidades multiplicaram-se junto da baliza de Quim sem que o Benfica conseguisse esboçar uma reacção. Camacho desesperava junto à linha, pedindo para a equipa subir no terreno e afastar aquela tremenda pressão, mas os seus jogadores demoraram uma eternidade a pegar no jogo. O «velho» Allback, o nome que mais se ouvia das bancadas, estava endiabrado, e teve muito perto de marcar em duas ocasiões; numa dela valeu a intervenção de Cardozo que salvou, sobre a linha, com Quim já batido. As bancadas rejubilavam com a atitude da equipa da casa, mas subitamente fez-se um silêncio ainda mais impressionante. Num livre aparentemente inofensivo, Rui Costa levantou a bola para a área, Cardozo desviou de cabeça para a direita, Nuno Gomes ajustou de novo para o meio e Katsouranis encostou para as redes. A força das bancadas esmoreceu e, por empatia, a equipa também. O Benfica entrava finalmente no jogo. Entrava o Benfica e entrava Rui Costa com passes geométricos a lançar a equipa para a área de Christiansen. Primeiro Nuno Gomes, depois Di Maria, também colocaram o guarda-redes dinamarquês em jogo. O FC Copenhaga ainda conseguiu readquirir alguma dinâmica, reforçada com um livre de Jensen ao poste, mas agora tinha uma equipa bem mais tranquila pela frente. Nuno Assis entrou ao intervalo para render Nelson (tocado) e o jogo seguiu na mesma toada. O FC Copenhaga a atacar e o Benfica a responder em contra-ataque, com destaque para uma arrancada de Di Maria. Os minutos corriam a favor da equipa de Camacho que, ainda assim, continuou a viver o jogo de forma intensa, sempre de pé, junto à linha. Mas Solbakken também estava agora de pé e lançou todas as suas armas para o terreno: primeiro o checo Sionko, depois o brasileiro Ailton. Camacho respondia com nova aposta em Romeu Ribeiro e lá foi conseguindo segurar os dinamarqueses. Com mais ou menos sofrimento, o Benfica segurou a vitória até final, mantendo a tradição de, já com 14 jogos realizados, nunca ter perdido diante de equipas dinamarquesas.