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www.record.pt
QUER um Benfica campeão, totalmente profissionalizado, com a Sociedade Desportiva para o futebol reestruturada. Mas, mais do que tudo, afirma pretender, no imediato, um clube “solidário”, até como forma de atingir os objectivos a que se propõe. Luís Filipe Vieira, gestor do futebol encarnado, reforçou na madrugada de ontem, após um jantar de benfiquistas em Covas de Ferro, no concelho de Sintra, o apelo à união, “condição essencial” para o sucesso do Benfica.
“Há um objectivo muito mais profundo do que todos os outros: definitivamente tem de haver união no Sport Lisboa e Benfica. Não podem existir divisões, pois só se estivermos unidos é que poderemos atingir os nossos objectivos”, referiu, para, em jeito de alerta, sublinhar: “É impensável aceitar que os inimigos do Benfica já tiveram acolhimento na nossa instituição”.
Vieira recuperou assim as linhas gerais da intervenção televisiva de há duas semanas, em resposta a notícias que o acusavam de ter parte do passe de Mantorras. O gestor para o futebol preferiu não mencionar nomes, mas diz sentir-se caluniado: “Têm inventado muitas calúnias, mas a minha vida sempre foi transparente. Quem tiver algumas dúvidas em relação ao contrato do Mantorras pode ver as contas devidamente auditadas da SAD do FC Alverca. Orgulho-me do que sou e do que fiz.”
Na mesma sequência, Luís Filipe Vieira prometeu solidariedade total ao presidente do Benfica. “Estou de braço dado com um homem chamado Manuel Vilarinho. Somos dois homens, cada qual com as suas características, mas uma coisa é certa: não existirá qualquer traição entre nós. De resto, nada fiz à revelia do presidente. A nossa ideia, e lembro que falo sempre em meu nome e no de Manuel Vilarinho, é avançar com um projecto que assenta na profissionalização do Benfica em todas as áreas, inclusive, no futebol profissional. O futuro do Benfica nada terá a ver com o passado recente.”
Neste sentido, o gestor pretende reestruturar por completo a Sociedade Desportiva para o futebol dos encarnados. Este processo, a par da intenção já assumida de reforçar o plantel com três ou quatro jogadores de categoria internacional na reabertura do mercado de transferências, já em Dezembro, tem, aliás, ocupado Luís Filipe Vieira nos últimos dias. E conduziu mesmo ao adiamento da viagem que estava agendada para o último fim de semana a Luanda, no sentido de assinar um protocolo com a Federação Angolana de Futebol para libertar Mantorras e Mawete dos jogos particulares da selecção dirigida por Mário Calado.