Mantorras e Camacho falharam despedida de Bernardo Vasconcelos

Fonte
www.record.pt
Mantorras e Camacho, além de António Gaspar e António Martins foram as ausências mais notadas no almoço de homenagem a Bernardo Vasconcelos, que se realizou ontem no Restaurante Historial, na Amadora. Do actual grupo de trabalho faltaram, também, Roger, Andersson, Ricardo Rocha e Carcelén por motivos de ordem pessoal. A ausência daqueles quatro elementos não causou grande estranheza. Camacho não coabitou durante muito tempo com Bernardo Vasconcelos, enquanto todos os outros assumiram divergências com o antigo coordenador do departamento clínico dos encarnados. Recorde-se que Mantorras disse ter ainda "uma história para contar" acerca da lesão que sofreu no joelho e que o obrigou a ser submetido a duas intervenções cirúrgicas, enquanto o fisioterapeuta António Gaspar pediu a demissão do seu cargo no departamento médico do Benfica numa altura em que já nem se sentava no banco de suplentes nos compromissos de carácter oficial e em que estava já nitidamente de costas voltadas com o ex-médico encarnado. O mesmo aconteceu com António Martins, clínico que efectuou as duas operações a Mantorras e que decidiu apresentar, também, a demissão na mesma altura do fisioterapeuta. Independentemente das divergências que foram públicas, o almoço de ontem foi de sincero agradecimento a Bernardo Vasconcelos por parte da grande maioria dos actuais jogadores do plantel do Benfica, especialmente daqueles que com ele privaram durante mais tempo. Hélder e Nuno Gomes são bons exemplos. Ambos deixaram bem expresso nas afirmações que proferiram a amizade que os une "e vai continuar a unir" ao antigo coordenador e responsável máximo do departamento médico dos encarnados. Também alguns membros da actual equipa técnica, como Chalana (adjunto) e José Gomes (preparador físico) se associaram a esta homenagem em sinal de solidariedade, o mesmo acontecendo com João Gamelas, o clínico que saiu da Luz com Vasconcelos. Curioso foi, igualmente, o facto de este almoço ter sido organizado no balneário pelos jogadores e sem conhecimento da SAD e da Direcção do clube. Daí que a ausência de qualquer dirigente tenha sido encarada como normal. Nem outra coisa seria de esperar, de resto, dada a polémica que envolveu a saída do coordenador clínico dos quadros do Benfica. Antes da refeição, Bernardo Vasconcelos recebeu, como forma de agradecimento, uma salva em prata e ainda uma camisola do Benfica autografada por todos os jogadores. Seguiu-se o almoço, no qual não faltaram alguns discursos perante a emoção que não deixou de estar presente por um minuto sequer no espírito daquele que foi o rosto do departamento médico do Benfica durante 22 anos. No final, quando os primeiros elementos do plantel começaram a abandonar o restaurante, depararam-se com uma multidão de crianças que sabiam estar ali reunido o plantel do Benfica. Por isso, todos tiveram de perder algum tempo a dar autógrafos. Depois, perante os jornalistas, manifestaram unanimidade em relação ao homenageado. As declarações do capitão Simão são elucidativas. "Este almoço demonstrou grande espírito de grupo entre todos. O dr. Bernardo Vasconcelos merece um grande respeito pelos muitos anos em que se dedicou ao Benfica." Bernardo Vasconcelos acedeu a falar à Imprensa ainda dentro do restaurante. Quando se preparava para falar, Petit e Peixe "roubaram" os microfones aos jornalistas de televisão presentes e assumiram, ali mesmo e com boa disposição, o papel de entrevistadores, sinal de que a homenagem a Bernardo Vasconcelos decorreu sob o signo da amizade. Emocionado na hora do adeus "Só tenho a dizer, neste momento, que é muito importante para mim sentir a solidariedade das pessoas com as quais trabalhei no dia-a-dia do clube. Sinto que isto é o Benfica", disse Bernardo Vasconcelos, muito emocionado, no almoço de homenagem que lhe foi oferecido pelo plantel e que representou, na prática, o último adeus ao clube da Luz. Questionado sobre a ausência de Mantorras, o único elemento do plantel que não compareceu por divergências pessoais, o antigo coordenador do departamento médico dos encarnados apenas reforçou a posição que já tinha assumido no início do seu discurso. "Hoje senti o Benfica."