Mantorras teve direito a prémio

Fonte
abola.pt
A vitória sobre o Gil Vicente foi muito festejada na Luz, quanto mais não seja por ter colocado o Benfica isolado no primeiro lugar da SuperLiga. Mas tão festejado como o feito colectivo foi o golo de Pedro Mantorras, o segundo apontado pelo angolano na presente época, mas com uma importância muito mais significativa do que aquele que apontou ao Boavista. Na verdade, esta foi a primeira vez que o angolano mereceu o estatuto de titular desde que se lesionou gravemente, há quase três anos, e o seu golo não podia ser mais oportuno. Com a equipa a acusar algum nervosismo, face à responsabilidade de aproveitar o desaire do FC Porto na véspera e isolar-se no comando da classificação, o angolano recebeu um passe de Manuel Fernandes, deu dois passos e ainda fora da grande área, desferiu um remate rasteiro e colocado, fora do alcance do guarda-redes do Gil Vicente, Adriano. Era o delírio na Luz, pelo significado daquele golo e pelo facto do seu autor ter sido o nome que mais aplausos audíveis arranca das bancadas. Domingo em família Em abono da verdade, o golo de Mantorras pode ser sujeito a diversas leituras para o clube da Luz. Revitaliza um jogador fortemente marcado pelo infortúnio das lesões, refaz a história, abrindo o caminho da liderança a um clube que não era líder isolado do campeonato à 25 jornada desde que foi campeão pela última vez, há onze anos, e relativiza a ausência de Nuno Gomes, o titular (quase) absoluto, que se encontra lesionado. Tal como Giovanni Trapattoni previa, o angolano não dispõe ainda de ritmo competitivo para suportar 90 minutos. Mas isso é outra história, porque o facto mais relevante foi o joelho ter reagido bem ao esforço. Pela primeira vez desde o regresso, Mantorras jogou 68 minutos, sendo decisivo, e acabou por ser ele a pedir a substituição, vítima natural das cãibras que normalmente atacam jogadores ainda enferrujados. Mas a boa notícia é que o joelho reagiu bem e Mantorras até teve direito a descanso, passando o domingo com a família. Se não tivesse sido utilizado, teria, à semelhança de outros domingos, passado a manhã no ginásio da Luz com o recuperador Rodolfo Moura, realizando trabalho específico. Para a semana, o adversário dá pelo nome de Vitória de Setúbal e todos se lembram daquele golo à Eusébio que coloriu aquela que foi, provavelmente, a melhor exibição de Mantorras, antes da malfadada lesão. Premonição?