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Manuel Boto, antigo membro do Conselho Fiscal do Benfica e pequeno accionista da SAD, encontra nas condições actuais do mercado bolsista razão para a queda das acções. Mas as causas estendem-se a outros factores.
“As acções do Benfica têm pouca liquidez e estão a sofrer as consequências de um mercado errático. Todas as bolsas estão a sofrer imenso. No caso do Benfica existe, no entanto, um factor estruturante: as acções que estão a ser negociadas não permitem o controlo da SAD, esse está na posse do clube e de alguns accionistas. Estas acções são um remanescente residual, mas a queda do valor não deixa de ser desagradável para quem as tem.”
Em Maio de 2007, Joe Berardo chegou a oferecer 3,50 euros por cada acção, o que foi criticado, hoje o valor está nos 2 euros. Manuel Boto acha que a proposta não era assim tão desajustada: “Agora vemos que o valor não era inteiramente disparatado. Neste momento, as acções estão genericamente em baixo e eu, como benfiquista, não gosto.”
A desvalorização acelerada de um papel que ainda não tem um ano de cotação deve-se, segundo Manuel Boto, “à performance desportiva” da equipa de futebol, que “não tem agradado”.
E o futuro não promete ser brilhante. “O Benfica é uma excelente marca, mas não há impacte na valorização bolsista, porque o número de acções é diminuto e os accionistas não têm poder de intervenção. Apesar de tudo, julgo que o papel está subavaliado e penso ser este um bom momento para investir”, defende Manuel Boto.