Não merecia, Sr. ministro!

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www.abola.pt
LUÍS FILIPE VIEIRA, presidente do Benfica, afirmou ontem «lastimar muito ser confrontado com as declarações de Henrique Chaves », o ministro agora com a pasta do Desporto, que disse quarta-feira só não ter deitado o DVD do Benfica pela janela «por cortesia». As declarações do ministro foram feitas na sequência da reunião da passada segunda-feira com uma delegação do Benfica, que integrava o presidente Filipe Vieira, o líder da AG, Tinoco de Faria, João Salgado e Cunha Vaz. Entre muitos outros documentos, o Benfica levou um DVD com o último Benfica-FC Porto, mas o ministro disse anteontem que não discutira arbitragem como Benfica e que «só não atirou o DVD pela janela por uma questão de cortesia ». «Digo ao senhor ministro que a Instituição, o seu presidente e o presidente da Assembleia Geral não mereciam essa observação».Cunha Vaz, director de comunicação, telefonou ontem para o gabinete do ministro. A resposta que recebeu é que «os jornalistas deturparam as declarações de Henrique Chaves». Certo é que «por respeito ao primeiro-ministro o Benfica não vai dizer mais nada».«O que nos levou a essa reunião foi participar no esforço de construção de um edifício legislativo para o desporto e o futebol em particular. Entregámos um documento e abordámos durante duas horas assuntos tão importantes como um Tribunal Desportivo, corrupção, doping, bem estar no futebol. É verdade que entregámos outros documentos, como o DVD do Benfica-Porto. Mas não para falar dos erros de arbitragem, antes para mostrar ao senhor ministro, uma vez que não tinha visto o jogo, para que visse que os adeptos do Benfica não causaram um único acto de vandalismo no estádio, respondendo assim aos receios do próprio governo. Os sócios e adeptos do Benfica portaram-se com civismo. No final, recebemos os parabéns e reiterámos o propósito de aprofundar estas matérias». Depois desta declaração, Luís Filipe Vieira voltou a mostrar-se inconformado: «Se é verdade que o ministro fez aquela declaração, então tenho de concluir que não tivemos capacidade para lhe explicar os nossos pontos de vista».No final, foi distribuído o documento discutido como Governo. Depois de um preâmbulo no qual o Benfica frisa a necessidade de mudanças legislativas e «coragem » para intervir, deu duas ordens de sugestões: a nível legal defende a criação de um Tribunal Desportivo; fiscalização da legalidade dos regulamentos pelo Ministério Público; poder de recurso de decisões disciplinares para o Conselho Superior do Desporto; possibilidade dos membros do órgãos jurisdicionais serem encontrados por designação externa das associações, como a ordem dos advogados ou faculdades de direito. A nível da arbitragem: autonomia completa; acompanhamento e fiscalização pelo Instituto do Desporto da formação e promoção dos árbitros, auxiliares e observadores; regulamentação pública dos instrumentos de classificação dos árbitros; código deontológico dos árbitros e sua responsabilização.