O Chico que a memória não vai calar

Na Basílica da Estrela rezou-se a última missa e cantou-se o Ser Benfiquista de Luís Piçarra. A voz de Henrique Feist silenciou soluços e homenageou a vida do Chico que a memória não calará. Os amigos (muitos) estiveram presentes no último adeus. Gente famosa do futebol — como Eusébio, José Augusto, José Rachão, Guilherme Espírito Santo, Ângelo Martins, Artur Santos, Mário João, Palmeiro Antunes (todos grandes futebolistas que passaram pelo Benfica), Pedro Gomes (vencedor da Taça das Taças pelo Sporting), Luís Filipe Vieira e João Vale e Azevedo (actual e antigo presidentes do Benfica) —e Carlos Móia, mas também homens da cultura, como João Lobo Antunes. A emoção bailou junto com palavras mais ou menos comovidas. José Augusto recordou que o destino tem destas coisas e ontem fazia precisamente 35 anos que Francisco Calado o convidara para treinador do Benfica, «era ele chefe do departamento de futebol». Sem favor, José Augusto lhe chamou «leal às suas amizades e ao seu Benfica». Sem favor afirmou que o recorda como «um daqueles jogadores que qualquer treinador gosta, daqueles que com muita qualidade conseguem ser polivalentes». «Só lhe faltou jogar a guarda-redes», disse. No dia do último adeus ficou a certeza que nunca a memória conseguirá apagar os feitos de um homem diferente: Francisco Calado.