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O protocolo atirado para a água
Sem o rigor dos horários e as formalidades das recepções, Luís Filipe Vieira esteve na praia, ao lado dos amigos. O carinho com que foi recebido apenas teve paralelo no modo como o retribuiu
RICARDO LEMOS
O protocolo foi colocado de lado, o fato e a gravata ficaram pendurados no guarda-roupa, tendo o calção de banho sido escolhido como traje de eleição para grande parte do dia de ontem. Luís Filipe Vieira, que adiou o regresso a Lisboa, fez questão de satisfazer os vários pedidos que chegaram de todo o lado e passou ontem um dia diferente. Mais de meia hora depois de uma viagem pelas raízes da ilha de Santiago, o presidente benfiquista colocou de lado as ambições dos projectos - do cartão de sócio e do Benfica europeu, por exemplo - para se atirar de cabeça para as quentes águas da praia de São Francisco.
A delegação benfiquista tem sido tratada com um respeito assinalável, mas é no contacto directo que Luís Filipe Vieira mais se tem destacado. Seja no convívio com o Presidente da República, Pedro Pires, seja no contacto com o mais simples dos cabo-verdianos, a postura do presidente encarnado é elogiada e, mais do que isso, apreciada por quem tem estado ao seu lado nestes dias loucos e intensos.
A simpatia das pessoas apenas tem paralelo no modo como estas fazem questão de receber. A todos Luís Filipe Vieira faz questão de cumprimentar, tratar pelo nome próprio e chamar para junto de si, sem formalismos ou deferências. Ao seu lado, uma equipa todo-o-terreno tem zelado para que tudo corra da melhor forma, mas há muito que os protocolos foram deixados para trás. O modo, aliás, como Luís Filipe Vieira brincou com as crianças na praia - a jogar futebol ou apenas quando trocou dois dedos de conversa - foi elucidativo para perceber que a proximidade do líder encarnado com o povo de Cabo Verde é tão cristalina como as águas em que ontem mergulhou...