Paulo Mamede considera “ofensivos” argumentos do Benfica para deixar a Liga

Fonte
site O JOGO
O presidente da Liga de Clubes de Basquetebol, Paulo Mamede, afirmou-se hoje “constrangido” pelas críticas feitas pelo Benfica no comunicado em que anunciou a sua saída da Liga profissional e considerou “ofensivos” os argumentos invocados para a justificar. “É confrangedor que digam que há quebra de confiança nos órgãos da LCB, como vinha no ponto 3 do comunicado, numa época em que recuperámos uma competição que se dizia moribunda, que obtivemos índices de atractividade grande e em que conseguimos um aumento do número de jogadores portugueses a actuar na competição”, lamentou o dirigente, em declarações à Agência Lusa. Paulo Mamede considerou ainda que a posição do Benfica no que respeita ao processo de doping de António Tavares “é ofensiva”. O Benfica, no ponto 2 do comunicado, afirmou que os órgãos dirigentes da Liga “revelaram um total desprezo pelas garantias de defesa do jogador e pelos mais elementares princípios processuais, tais como os da presunção de inocência e do direito a um julgamento justo e imparcial, e por revelarem uma atitude persecutória contra o clube e jogador”. Paulo Mamede refuta esta leitura, precisando que houve três casos de jogadores que acusaram doping esta temporada e dois deles foram ilibados por se ter provado que os seus corpos produziam a substância detectada de forma endógena. “É preciso explicar que durante a época foram detectados três casos de doping: o do António Tavares e o de Adelino Lima, ambos do Benfica, e o de Paulo Cunha, do FC Porto. Nos casos de Lima e Cunha o factor que determinava o doping era endógeno”, sustentou o responsável da LCB. O presidente da Comissão directiva da LCB diz que o organismo “actua em defesa da competição e da lealdade desportiva” e recordou que o processo de António Tavares “foi sempre acompanhado pelo Conselho Nacional Antidopagem (CNAD), com todas as garantias de sigilo”. “Como poderia a Liga actuar de forma persecutória?”, questionou Paulo Mamede recordado que “houve uma série de circunstâncias que levaram ao atraso de uma decisão sobre o caso de António Tavares mais do que era desejável”.