ROBINHO a um passo da Luz

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www.abola.pt
O Benfica está perto de concluir uma das maiores operações da sua história. A contratação de Robinho, 20 anos, jóia do Santos e internacional canarinho, está muito bem encaminhada e a possibilidade de o jogador passar a vestir à Benfica a partir de Janeiro é muito forte. As negociações têm decorrido num clima favorável a um desenlace «feliz», mas a complexidade das mesmas ainda requer que os contactos se prolonguem por mais algum tempo. O valor da operação ronda os 20 milhões de euros, verba que não está ao alcance do Benfica, pelo que Luís Filipe Vieira e José Veiga montaram uma engenharia financeira semelhante à que trouxe Luisão para a Luz, numa lógica de parcerias com algumas entidades. Longa duração O contrato do jovem astro brasileiro—um número dez de enorme talento que consta das escolhas habituais de Carlos Alberto Parreira na selecção campeã do Mundo — com o Benfica deverá ter a duração, no mínimo, de cinco anos, o que dará ao jogador o tempo necessário para uma adaptação segura ao futebol europeu e ao clube a certeza de proventos desportivos, compatibilizados com a valorização que o jogador conhecerá até 2010. Apesar de liderar a Superliga, o Benfica não tem descansado à sombra do plantel existente e o nome de Robinho tem sido sucessivamente equacionado pela SADda Luz. Porém, como Santos a lutar pela conquista do Campeonato brasileiro, a janela de oportunidade para a transferência só se abrirá no fim do ano, altura em que a época termina no país irmão e o mercado reabre em Portugal. Frenética corrida A corrida por Robinho, por parte de alguns dos mais importantes emblemas europeus, tem sido frenética e ainda há cerca de duas semanas o Santos recusou uma oferta do PSV Eindhoven, clube com queda para a contratação de jovens craques brasileiros, ou não tivessem sido os holandeses da Philips os descobridores do baixinho Romário e do fenómeno Ronaldo. Porém, o Benfica criou condições para que Robinho — que nasceu, curiosamente, no mesmo dia de Eusébio— possa ter a Luz por destino. Jogador versátil, de grande imaginação, Robinho é, neste momento, o dez mais cobiçado do Brasil e tem condições para dotar a equipa de Giovanni Trapattoni de argumentos superiores aos que, de momento, dispõe. A operação montada por Filipe Vieira e José Veiga segue a firme estratégia de discutir o título de campeão nacional e de o conseguir recuperar, onze anos depois, para os encarnados. Conseguir contratar Robinho é, indiscutivelmente, um êxito para Filipe Vieira e José Veiga e não deixará de aumentar deforma clara o potencial de entusiasmo criado entre os benfiquistas, desde logo, pelo bom arranque da equipa na SuperLiga. Ele nasceu no mesmo dia de Eusébio... O talento de Robinho, nascido a 25 de Janeiro de 1984, precisamente 42 anos depois de Eusébio ter vindo ao Mundo, para o futebol despontou muito cedo e o craque que está perto de ingressar no Benfica começou a jogar aos cinco anos de idade, no futsal, primeiro no Clube Beira-Mar e depois no Portuários. Mais tarde, logo que se dedicou ao futebol de 11, entrou para a equipa infantil do Santos, onde se evidenciava pelo génio e não só: tinha apenas 1,64 metro de altura e 48 quilos, mas nem o facto de ser um peso-pluma interferiu com o sucesso que começava a desenhar-se. Aliás, a maior figura da história do Santos, Edson Arantes do Nascimento, cedo reparou no menino que diziam ser um «novo Pelé» e nunca lhe regateou elogios, mas por via de dúvidas, não fossem as comparações fazer mal a Robinho, o clube decidiu, na época em que passou a actuar na equipa profissional, que deveria abandonar o número 10 «de Pelé», que usava nas camadas inferiores e vestir uma camisola mais modesta, com o sete nas costas. Robinho estudou até o 1º ano do segundo grau e não faz segredo de que gostava de concluir um curso de Educação Física. Porém, as obrigações de uma carreira profissional exigente, têm tornado esse sonho mais distante. Robinho, já se disse, é conhecido e reconhecido por um talento «divino». E dele se conta que, durante um jogo de exibição, no estádio do Santos, deu um túnel a Michael Schumacher que deixou o hepta-campeão de Fórmula 1 de olhos trocados. O piloto, que até nem joga nada mal à bola, como ficou provado nas participações que teve nas festas da Fundação Luís Figo, declarou a propósito que «quando o olhei nos olhos, já sabia que iria fazer aquilo mas não consegui impedi-lo ».