Rogério diz de sua Justiça

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Público 22 de Fevereiro 2004
Rogério Lantres de Carvalho, avançado pelo Benfica que deu ao Clube a Taça Latina em 1950, fala sobre o Benfica e o Futebol. Excertos: [...] -Outros momentos que o tenham marcado? Um jogo na Taça de Portugal em que ganhámos 5-4 ao Sporting, e no qual eu marquei três golos. O último a 15 segundos do final. [...] Recordo um outro em que ganhámos por 5-0 ao Porto [...] E ainda uma outra vitória sobre o Porto, na inauguração do estádio das Antas. Ganhámos por 8-2. [...] Chegou a treinar no Sporting levado pelo Peyroteo, mas o seu irmão quando soube foi falar com o presidente do Chelas e no dia seguinte já estava a assinar pelo Benfica. De que clube afinal é que era? Eu era do Chelas. Não tinha assim grande preferência. Admirava os jogadores todos... -Portanto podia ter ido para o Sporting... Podia ter calhado. Mas tinha mais inclinação para o Benfica, como o meu irmão. Então quando entrei no Benfica... Aquilo era uma família. Fui logo o benjamim da equipa. [...] -Como é que olha esta situação de hoje em que os jogadores estão um ano num clube, dois anos noutro, outros dois anos num novo clube? É como acontece com os treinadores: a equipa começa a cair e eles despedem-no e vão buscar outro, que saiu também abandonado. É a superstição das direcções, que acham que correm com este e esperam ter sorte com o que vem. Os jogadors é a mesma coisa. [...] Agora que o Benfica anda a atravessar um momento mau [este entrevistador é lagarto, de certeza] diga-me: o que é ser benfiquista? É uma dedicação total ao clube, por vezes até retraindo-me da família; é orgulho; é uma espécie de magia. [...] -O que representa oc entenário para si? Os 100 anos do benfica são um acontecimento de honra e glória. [...] São dez décadas de dedicação, orgulho e prestígio. [...]Na equipa das nossas épocas (1942-1954), pontuavam grandes e famosos jogadores, que muito contribuiram para que o nosso clube crescesse a nível nacional e internacional. Éramos uma família devido à amizada e lealdade existente entre todos nós. [...] Éramos uma equipa forte, coesa e disciplinada. Nessas deslocações havia sempre alegria e boa-disposição porque jogávamos por prazer e com amor à camisola. Hoje, com 81 anos, sinto-me orgulhoso e honrado por fazer parte deste grande clube e desta maravilhosa família benfiquista.