Trap honra Portugal

Trap honra Portugal Discutir a competência do treinador italiano não vale sequer a pena. Ele é uma sumidade no futebol O que se passou com Scolari - com todos os que disseram mal dele a terem de fazer a correcção de besta para bestial - parece não ter feito aprender a lição aos maldizentes habituais, que vivendo de chupar o sangue alheio afiaram já as garras prontos a destroçarem Trapattoni. Depois de uma aposta certa em Camacho, que deixou obra feita no Benfica, Luís Filipe Vieira voltou a acertar na contratação do técnico italiano, que dispõe de um currículo notável. Discutir se tem ou não tem competência é daquelas coisas que nem sequer vale a pena. Trapattoni é uma sumidade no futebol e é uma honra tê-lo a treinar em Portugal. Acabou. Independentemente da competência, existe, é um facto, o factor idade, e se já há portugueses que não querem fazer a ponta de um corno aos 50 anos, imagine-se aos 65... Mas não o julguemos por nós, pela fraquíssima bitola nacional de vontade em ser e em conseguir. Trap exibe uma frescura física, um dinamismo na aplicação dos seus métodos de treino e uma vivacidade no banco ou nas conferências de imprensa absolutamente invejáveis. Tem ainda outra particularidade que diz bem de quem é e ao que veio: já fala "metade" em português, um sinal de vitalidade, de elevada craveira pessoal e de respeito pelo país que o acolheu. É verdade que tudo isto não faz dele o treinador ideal para o Benfica? É. Mas também não é menos certo ser demasiado cedo para se tirar qualquer conclusão. O Benfica ganhou e teve bons momentos contra o Anderlecht, pelo que só há uma atitude responsável a tomar: deixar Trap trabalhar em paz. O problema é que os abutres são muito impacientes. Autor: ALEXANDRE PAIS Data: Quinta-Feira, 12 de Agosto de 2004 03:02:00