Trapattoni quer regressar a Itália

Fonte
abola.pt
A uma semana do jogo do título, Giovanni Trapattoni concedeu, de forma inesperada, uma entrevista à Gazzetta dello Sport, diário desportivo italiano. Entre vários temas relacionados com a sua experiência na Luz, manifesta a vontade de regressar a casa e trabalhar no seu país. O conteúdo e, sobretudo, o timing da entrevista, foram mal digeridos na Luz, sobretudo num momento de apelo à concentração máxima, em que dirigentes e jogadores não têm falado e o próprio Trapattoni fez apenas uma breve declaração antes do derby. Para mais, apelou mesmo aos jogadores para que não lessem jornais neste período, temendo que a falta de maturidade de alguns os pudesse afectar. Saudades de casa "A Paola [mulher de Trapattoni] diz-me muitas vezes deixa-te disso, volta para casa, passa um tempo com os netos, mas eu..." Começa assim a entrevista de Trapattoni. Em Itália Trap está ainda marcado pelas más campanhas da selecção transalpina no Mundial de 2002 e no Euro-2004. Talvez por isso, o técnico escolhe com cuidado as palavras e o caminho da humildade. "Tenho saudades. Voltarei até para uma equipa que não seja de topo, mesmo na Série B, não é problema para mim", revela. Fica claro que o técnico quer, de facto, mudar-se para mais perto dos netos... mas sem deixar os relvados. Antes, porém, é preciso pontuar no Bessa. "Ainda não ganhámos nada, mesmo que há algumas semanas os adeptos façam a festa. Mais de meio Portugal é do Benfica, se vencermos pára tudo", refere. Equipa jovem Por outro lado, o técnico refere o perigo desta loucura. "É muito perigoso. A equipa é jovem e pouco astuta: se estivermos a vencer por 3-2 numa final vão oito jogadores lá para a frente na marcação de um canto. E assim perdem-se pontos", exemplifica. A um ponto de se sagrar campeão e com presença assegurada na final da Taça de Portugal, Trapattoni não esquece o quanto foi assobiado. "Discuti com um adepto que me gritava mete um avançado, mete um avançado! Respondi: ma onde estavam no ano passado? A doze pontos...", conta. A UEFA pelo caminho Por tudo isto, confessa: "De início nunca imaginei isto. Tivemos momentos difíceis e agora podemos vencer o Campeonato e a Taça. Havia também a Taça UEFA, mas foi melhor termos saído. Quando treinei o Inter de Milão, assim que fomos eliminados da Europa começámos a voar."