Fonte
abola.pt
Ronaldo, Quaresma e outros elementos da nova vaga de jovens talentos portugueses, Manuel Fernandes era um ilustre desconhecido para a maioria dos nossos críticos e, por isso, o espanto foi maior quando aos 79 minutos, com o resultado em 1-1, o mais novo dos protagonistas em campo, arrancou a toda a velocidade pela esquerda e já perto da baliza, picou de pé esquerdo a bola para o fundo das redes de Paulo Jorge. O reconhecimento ainda estava longe, até porque o parceiro de Petit no sector intermediário era, nada mais, nada menos, Tiago, titular indiscutível e um dos jogadores mais marcantes que passaram pela Luz nos últimos anos. Não obstante, Manuel Fernandes soube aproveitar bem as sucessivas ausências de Tiago, martirizado pela pubalgia, para se afirmar na equipa. Esta época, a dez jornadas do fim, já se pode afirmar que Manuel Fernandes confirmou tudo o que de positivo demonstrou ainda na era Camacho. A sua evolução foi tão notória que em menos de um ano, envergou a camisola da selecção principal num jogo amigável com a República da Irlanda, em Dublin. Um privilégio apenas ao alcance dos predestinados. O rosto fechado é a sua imagem de marca e garante de serenidade com que encara o ritmo vertiginoso em que se dão mudanças na sua curta carreira de futebolista. Talvez por isso, não se deslumbra com os elogios de José Mourinho, o treinador da moda, nem com os do seu treinador, que o considerou melhor que Davids. Ontem, Manuel Fernandes teria gostado, certamente, de assinalar a passagem de um ano desde a sua estreia no Benfica com um golo. Tal não sucedeu, mas a sua influência na equipa voltou a fazer-se sentir, como tem sido hábito, desde então. Como cresceu o menino...