Vantagem confortável

16/09/2004 22:06 Bystrica 0 – 3 Benfica Vantagem confortável A estreia do Benfica na UEFA ficou marcada por uma exibição inteligente que terminou com a vitória por 3-0. O rigor defensivo e a eficácia atacante foram as «armas» perfeitas para contrariar uma equipa certinha, mas sem grande «chama». De favorito no papel, o Benfica revelou-se melhor dentro de campo, alcançando uma vantagem bastante confortável na eliminatória. Antes desta partida, Giovanni Trapattoni tinha avisado que não considerava o Benfica favorito na eliminatória, e que um resultado positivo seria uma vitória no fim dos 180 minutos. Sendo assim, não foi de estranhar a forma algo comedida como a nossa equipa encarou os primeiros minutos de jogo. De resto, foi o Bystrica que conseguiu criar o primeiro lance de perigo, através de um remate de meia distância de Svintek. O Benfica tinha algumas dificuldades para criar lances de ataque, nomeadamente devido à forte pressão que os adversários exerciam logo à saída da nossa defesa. João Pereira era o jogador mais em evidência, sendo aquele que mais tentava desiquilibrar pelo lado direito. Os eslovacos demonstraram ser uma equipa bastante coesa, fazendo bom uso da sua boa condição física para pressionar a todo o campo. Da parte do Benfica destacavam-se os dois médios mais defensivos – Petit e Manuel Fernandes –, que conseguiam fazer um bom trabalho de recuperação de bolas, apesar de estarem em desvantagem numérica no meio campo. Por esta altura o Benfica só conseguia chegar à baliza do Bystrica através de remates de meia distância, mas que não levavam a melhor direcção. O primeiro remate mais perigoso surgiu à passagem do minuto 23’, na sequência de uma jogada individual de João Pereira. Aos poucos a nossa equipa conseguia ganhar alguma vantagem na posse de bola e começava a criar mais perigo. À passagem da meia hora, Sokota deu o primeiro aviso, ao fazer um remate em jeito que passou muito perto da trave da baliza defendida por Zajac. O Bystrica apostava tudo no contra-ataque e, aos 35’, Jakubko protagonizou o lance mais perigoso da sua equipa em todo o jogo. Apareceu isolado (possivelmente em fora-de-jogo), correu para a área mas Moreira tirou-lhe a bola na hora certa, mesmo antes do remate do avançado eslovaco. Curiosamente, este lance teve o condão de mudar a face do jogo. Praticamente na jogada seguinte, o Benfica chegou ao tão ansiado golo. Numa combinação entre Sokota e Simão, o croata serve o nosso capitão à entrada da área que, isolado em frente a Zajac, não teve dificuldade em inaugurar o marcador. Ao conseguir chegar à vantagem já perto do intervalo, o Benfica conseguiu acalmar o jogo, apesar do Bystrica ter criado algum perigo nos instantes finais, através do único avançado, Jakubko. À espera de mais golos Ambas as equipas voltaram do intervalo sem alterações. O cariz da partida não se alterou muito, ainda que o Bystrica mostrasse algum défice físico (fruto do intenso trabalho defensivo da primeira parte). Não demorou muito tempo para a nossa equipa começar a ganhar mais espaços no meio terreno do adversário. A bola fluía mais facilmente entre os jogadores mais avançados do Benfica, o que criava muitas dificuldades aos eslovacos. O técnico do Bystrica ainda tentou refrescar o sector intermediário, ao trocar Libic por Penov, mas não surtiu efeito. A superioridade do Benfica era evidente e não havia dúvidas de que os golos iriam aparecer. Após algumas tentativas, a dupla Sokota/Simão Sabrosa voltou a fazer «estragos» na área contrária. Num lance muito similar ao que deu o primeiro golo, o croata serviu Simão à entrada da área, tendo este fintado um adversário e rematado forte junto ao poste, sem hipóteses de defesa para Zajac. A partir daqui só deu Benfica. Os jogadores do Bystrica já não conseguiam fazer as marcações cerradas do primeiro tempo, o que permitia ao Benfica jogar um futebol mais rápido e directo. Vendo que a vitória já não escapava, Giovanni Trapattoni comelou a refrescar a equipa, fazendo sair alguns jogadores influentes. Quando Zahovic já se encontrava pronto para entrar, João Pereira concluiu uma jogada rápida de contra-ataque com um chapéu de belo efeito, fechando as contas no 3-0. Para além do esloveno (que entrou para o lugar de Nuno Gomes), entraram Paulo Almeida e Geovanni. A partida estava completamente controlada e só restava ao Benfica gerir o tempo que faltava até ao apito do árbitro inglês. A estratégia da “velha raposa” foi cumprida à risca e o resultado foi uma vitória clara e categórica, que permite um jogo mais descansado no Estádio da Luz. Ficha do jogo Bystrica 0 – 3 Benfica Jogo referente à 1.ª mão da 1.ª pré-eliminatória da Taça UEFA realizado no Estádio Stiavniky, na Eslováquia. Árbitro: David Messias (Inglaterra), auxiliado por David Babski e Gary Sutton. Bystrica – Zajac; Vyskoc, Dzurik, Kentos e Pancik; Svintek, Kunzo, Sovic (cap.), Pecovsky e Libic (56’ Penov); Jakubko. Suplentes não utilizados: Boros, Toth, Krivjancin e Vesely. Treinador: Ladislav Molnar. Benfica – Moreira, Miguel (84’ Geovanni), Luisão, Ricardo Rocha e Fyssas; Manuel Fernandes, Petit (77’ Paulo Almeida), João Pereira e Simão Sabrosa (cap.); Nuno Gomes (72’ Zahovic) e Sokota. Suplentes não utilizados: Quim, Amoreirinha, Dos Santos e Karadas. Treinador: Giovanni Trapattoni. Acção disciplinar: Cartão amarelo para Sovic (17’), Pecovsky (28’), Miguel (40’), Jakubko (46’), Nuno Gomes (54’), Penov (79’), Dzurik (83’). Golos: Simão (38’ e 65’), João Pereira (72’). Resultado ao intervalo: 0-1 Texto: Marta David