Santa Clara 1-2 SL Benfica: Finalmente, o regresso às vitórias...

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Depois de quatro jogos sem ganhar, a equipa da Luz deslocou-se nesta 9ª jornada aos Açores, onde defrontou o Santa Clara. Um jogo que foi preparado pelos «encarnados» da Luz com treinos à porta fechada, longe dos olhares mais indiscretos, dado que os dias vividos na Luz não são os melhores e a busca de três pontos teria de ser muito bem estudada.

Jesualdo Ferreira – que não vive os melhores dias na Luz, desde que chegou ao Benfica – preparou uma «revolução» no “onze” inicial. Argel ficou de fora por opção técnica, Zahovic, Petit e Nuno Gomes estão lesionados, Fehér está castigado pela Liga de Clubes. Mas foram 6 as alterações que o técnico benfiquista preparou, dado que Roger, também ficou no banco, cedendo o seu lugar a Andersson.

Assim sendo, o Benfica entrou no estádio de São Miguel, nos Açores, num território que tanto tem de bonito como de naturalmente instável (sendo famosos os seus vulcões), com Moreira na baliza, um sector defensivo completamente alterado, alinhando Éder – que regressou após ter cumprido um jogo de castigo – sobre a direita, João Manuel Pinto («Cap.») e Ricardo Rocha ao centro e Cristiano que regressou assim à equipa, estreando-se nesta SuperLiga, sobre o lado esquerdo da defesa «encarnada». No meio-campo, um triângulo-defensivo constituído por Tiago, Ednilson e Andersson. O sueco também regressou ao “onze” do Benfica e estreou-se na SuperLiga. Depois na frente, Simão jogou sobre a esquerda e Carlitos – estreou-se a titular esta época - sobre a direita. O ponta-de-lança de serviço, foi o angolano Pedro Mantorras, que também mereceu a confiança do técnico da Luz, até porque Sokota vem de uma lesão e Nuno Gomes não foi convocado.

Jesualdo Ferreira apresentava então o “onze” que no seu entender seria o melhor, para alcançar a vitória e dar o primeiro pontapé na crise que estava à beira da sua «erupção». O Benfica parecia jogar em casa, dada a excelente moldura humana composta por cerca de 10 mil adeptos «encarnados» que durante a semana prepararam as suas gargantas para que este domingo, às 18 horas (19 horas no continente) pudessem apoiar ao máximo a sua equipa.

1ª Parte: Só deu Benfica... de Santa Clara

O Benfica entrou mal no jogo e coube ao Santa Clara as primeiras oportunidades de golo do jogo. A equipa da casa, queria mostrar que tinha jogadores em boa forma e à altura de um Benfica que atravessa uma fase má nesta SuperLiga.

Moreira teve muito trabalho nos minutos iniciais e era mesmo o Santa Clara que dava nas vistas. A jogarem de vermelho, os da casa defrontavam um Benfica que nem parecia estar em campo. Andersson era o jogador que tentava segurar o meio-campo dos jogadores da Luz e no que diz respeito ao ataque, Pedro Mantorras esteve praticamente sozinho na frente, mas sempre que solicitado, seria carregado em falta pelos jogadores da casa.

Não era então, de estranhar que aos 14 minutos do primeiro tempo, já o Santa Clara se adiantava no marcador, por intermédio de João Pedro que concretiza da melhor maneira o passe feito por Figueiredo, após a marcação d um livre. Estava feito o 1-0, um resultado justo, dado que os da Luz estavam completamente «aéreos» desta partida. Jesualdo Ferreira permanecia de pé junto ao banco dos «encarnados» e talvez a pensar no «porquê» de observar que este Benfica de facto anda fora de si...

Mas os jogadores da Luz quiseram mostrar atitude e reagiram ao golo açoreano. O sueco Andersson iria criar aos 18 minutos, a primeira oportunidade de golo para o Benfica. O n.º 7 da Luz remata forte, mas Fernando, o guarda-redes dos da casa, corta para fora.

Aos 25 minutos, foi Simão Sabrosa que tentou restabelecer a igualdade do marcador mas sem êxito. Aos 38 minutos, de novo um susto para o Benfica. João Pedro, a passe de Vouzela, atira à baliza de Moreira. Valeu o corte providencial de João Manuel Pinto, com Moreira sem hipóteses de chegar à bola.

Aos 43 minutos, Mantorras sofre falta à entrada da área açoreana. Na conversão, Simão Sabrosa restabelece a igualdade. Um remata forte que leva a bola a embater na barra da baliza de Fernando e a entrar nas redes açoreanas. Estava feito o 1-1 no marcador, através de um grande golo de Simão Sabrosa.

Pouco tempo depois chegaria o intervalo, já com um Benfica a querer dar a volta ao resultado e a querer levar para Lisboa três preciosos pontos. Em jeito de comentário à primeira parte, de referir que o Benfica jogou mal e talvez porque não apostava nos flancos. Carlitos, ao contrário da exibição obtida diante a Académica, esteve bastante apagado e nem Éder, nem Cristiano, foram capazes de introduzir na equipa uma veia atacante. O jogo «encarnado» afunilava-se e os da casa, com marcações cerradas e passes certeiros, lá iam tomando conta do jogo. Destaque ainda para o bom regresso do sueco Andersson, que foi dos jogadores mais inconstantes no primeiro tempo. Para a segunda parte fazia-se prever alterações dado que no Benfica aqueciam Sokota e Miguel.

2ª Parte: Benfica apresentou outra atitude...

Para o segundo tempo, tal como se previa, Jesualdo Ferreira efectuou alterações. Substituiu Carlitos por Miguel, que veio dar outra alma ao corredor direito dos «encarnados». O Benfica entrava para a segunda parte com outra atitude. Após um excelente trabalho de Mantorras, Andersson atira ao lado da baliza de Fernando.

Era o Benfica que passava a tomar conta do jogo e por diversas vezes, Simão e Miguel solicitaram Mantorras, mas o angolano foi diversas vezes travado em falta. O árbitro Jacinto Paixão, mancharia a sua prestação com a amostragem exagerada de cartões amarelos unicamente para os homens da Luz. Aos 60 minutos, Mantorras remata com perigo, mas ao lado. Começava a cheirar a golo, mas este tardava em aparecer.

Um minuto depois, um dos momentos mais aguardados pelos benfiquistas. Tomislav Sokota regressava à competição após 13 meses de um longo calvário. Um regresso saudado pelos adeptos. O croata entrou para o lugar do sueco Andersson que também realizou uma boa partida esta noite. Aos 69 minutos, já o croata era solicitado para marcar um livre directo à baliza de Fernando. O n.º 25 da Luz rematou forte, mas contra a barreira.

Aos 71 minutos, Simão Sabrosa aparece surge de novo em evidência no Benfica. Através de um livre frontal à baliza açoreana, o n.º 20 da Luz remata certeiro para o interior das redes de Fernando que é mal batido. Estava feito o 2-1 para o Benfica. De imediato, Jesualdo Ferreira tentou dar mais consistência ao meio-campo e colocou em campo Roger, apra o lugar do angolano Mantorras.

O Benfica passava de novo um período menos bom na partida, mas depressa se recompuseram os jogadores da Luz que se impuseram de novo perante um Santa Clara determinando a restabelecer a igualdade. Jacinto Paixão concederia 5 minutos de compensação e pouco mais se passou até ao apito final.

Passados quatro jogos sem triunfos positivos, Jesualdo Ferreira conquistou nos Açores, três preciosos pontos, assinados por Simão Sabrosa que no nosso entender, foi o melhor elemento benfiquista em campo. Jesualdo Ferreira fez as alterações certas no momento certo. Colocou Sokota numa altura em que o resultado estava empatado, em busca da vitória. Fez alinhar Roger no lugar de Mantorras, tentando reconquistar um meio-campo, à muito fragilizado e deu um puxão de orelhas aos seus jogadores, no decorrer do intervalo. Esteve bem o técnico da Luz ao efectuar as alterações para o segundo tempo, dado que o jogo praticado na 1ª parte é aquele tipo de jogo que nem num amigável se gosta de assistir. Com este resultado, o Benfica soma 17 pontos e ultrapassa a equipa de Alvalade. Na próxima jornada o apoio dos adeptos é indispensável, diante o Paços de Ferreira na Luz.

Reportagem: Rafael Santos