Fonte
www.abola.pt
Faz hoje 25 anos que um menino de apenas 17 se estreou na Selecção A, pela mão de José Maria Pedroto.
Chalana, «o pequeno génio», como lhe chamava o seleccionador nacional, dava há um quarto de século o primeiro passo de uma caminhada que teve como ponto alto o Europeu de 1984, em França. A sua magia encheu de alegria e empolgamento os corações dos portugueses, espalhou-se pela Europa, espantou meio mundo. Era a arte nos pés, aquele futebol que parecia poema, sinfonia – e os «patrícios» só não foram (pelo menos) à final porque, em fatídico jogo com os gauleses de Platini, Giresse, Tigana e companhia, houve meia dúzia de minutos de infelicidade, o tempo da queda do que parecia paraíso e acabou por ser inferno. «Tanto tempo. Olhando para trás, dá-me vontade de chorar. É a vida! Passei por momentos muito bons, outros maus, é verdade. Mais coisas boas. Sinto que fui feliz», afirma Chalana em «A BOLA» de hoje. As histórias do Benfica confundem-se com aquelas que viveu na Selecção. «Peguei de estaca no Benfica por esse meu espírito, mas também porque os mais velhos [Toni, Humberto, Vítor Martins...] me aceitaram de forma espectacular. Era o menino deles, em quem ninguém podia tocar, porque eles caíam logo em cima do adversário. Eu levava muita porrada, sofria muitas faltas, eles saltavam como lobos em minha defesa. Era como se fossem meus pais... Na Selecção acabou por acontecer o mesmo.» Era protegido, olhava-os com admiração e... muito respeitinho na ponta da língua! «Naquela altura ainda se tratavam os colegas mais velhos por senhores. Só deixei de o fazer quando alguém chegou perto de mim e disse que já poderia ser pelo nome. Tive, então, certa dificuldade, não sabia como falar com eles. Mas passou... com o tempo.»