Fonte
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Vale e Azevedo surgiu ontem, pela segunda vez, no Tribunal da Boa–Hora como assistente de acusação num processo–crime que interpôs ao empresário Manuel Barbosa, por alegadas difamações, através de órgãos de Comunicação Social, entre Outubro e Dezembro de 1997. Mas ainda antes do início das alegações finais deste processo, Vale e Azevedo acusou "a actual Direcção do Benfica de enganar o Ministério Público e a Polícia Judiciária" relativamente aos crimes de que é acusado e pelos quais está detido preventivamente há nove meses.
O ex–presidente "encarnado" vai mais longe nas denúncias e acusa o elenco presidido por Manuel Vilarinho de ter dito à Procuradoria–Geral da República que o técnico Jupp Heynckes era funcionário da sua empresa, Vale e Azevedo e Associados, e que os jogadores Poborsky e Kandaurov eram seus empregados "e por isso disse [a direcção] que os salários que eu paguei, inclusivamente ao Toni, eram da minha responsabilidade e não do clube. Quando estamos perante esta situação acho que vale tudo e tem valido tudo em relação a mim", salientou, antes de concluir as acusações a Manuel Vilarinho e seus pares: "A actual Direcção tudo tem feito para que eu esteja nesta situação, enganando a PJ e os tribunais. Toda a gente sabe que eu não cometi os crimes de que sou acusado. Estou preso há nove meses e não há pior prisão do que estar detido injustamente por crimes que não cometi. O Benfica deve–me muito dinheiro e é uma questão de tempo para que isso seja provado."
Vale e Azevedo considera injusta a sua detenção e compara-a a outros casos, alegadamente mais graves: "Desde que fui presidente do Benfica, fui humilhado, maltratado, enxovalhado e destruído. Não sei o que querem mais: a minha cabeça ou da minha família. Tem sido uma situação inacreditável e tenho sido pressionado para que a verdade não venha ao de cima. Espanta–me que eu esteja preso enquanto vejo casos em que pessoas são acusadas de crimes muito mais graves e não estão presas, nomeadamente os casos da UGT e do presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses [Avelino Ferreira Torres], entre outros."