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www.record.pt
Depois de Kovacevic, o Benfica aponta para De la Peña. O "Corriere dello Sport" avançava ontem a possibilidade de estes dois jogadores da Lazio poderem reforçar o plantel à disposição de Toni em troca de uma futura opção sobre o angolano Mantorras. O negócio nem deve ser feito assim, mas Record sabe que o "Pequeno Buda" é o jogador que o Benfica quer para concorrer com Zahovic na tarefa de servir os avançados
O MÉDIO ofensivo que o Benfica quer para reforçar o seu plantel em Dezembro é o espanhol Ivan de la Peña. Tal como o jugoslavo Darko Kovacevic, a primeira opção dos encarnados para a frente de ataque, De la Peña está nos quadros da Lazio, de Itália, mas com pouca utilização, facilitando a possibilidade de poder vir para a Luz, por empréstimo, a meio desta época.
O negócio, avançado ontem pelo jornal romano "Corriere dello Sport", não está concretizado, tal como não está a cedência de Kovacevic, mas Record sabe que é para De la Peña que os encarnados apontam. E a operação pode ser facilitada por um outro pormenor: a Lazio certamente quererá rentabilizar os quase três milhões de contos que pagou pelo "Pequeno Buda" há três anos, para o que precisa de o colocar a jogar, o que parece problemático no plantel à disposição de Alberto Zaccheroni (esta época, o médio espanhol apenas participou, como suplente utilizado, num jogo de campeonato). Caso os dois clubes cheguem a acordo, ficará apenas a faltar ao Benfica acertar a aquisição de um médio-defensivo para fechar com sucesso as operações de mercado invernal.
Ontem, o "Corriere dello Sport" inseria a cedência de Kovacevic e De la Peña num plano mais amplo em que se inseria uma futura opção sobre o angolano Mantorras. Esse é um pormenor do negócio que ainda não está esclarecido, mas é certo que o Benfica quer mesmo avançar para estes dois jogadores de forma a aumentar as suas opções atacantes: com De la Peña ganha um concorrente para Zahovic na arte de servir os avançados; com Kovacevic assegura um finalizador, um especialista do jogo no interior da área e do futebol aéreo.
Ivan de la Peña é ainda um jovem (25 anos), não tendo conseguido confirmar o potencial que se lhe adivinhava quando foi lançado por Cruijff na primeira equipa do Barcelona. Corria o mês de Setembro de 1995 e, aos 19 anos, o "calvito" até marcou na estreia, contra o Valladolid. As primeiras duas épocas correram-lhe às mil maravilhas, com a presença nos Jogos Olímpicos de 1996 como ponto alto e a ausência na selecção espanhola que foi ao Europeu desse ano a funcionar como grande polémica. Nessa altura, De la Peña era, com Raúl, o mais promissor futebolista espanhol.
Contudo, a chegada de van Gaal à Catalunha tornou-o, primeiro, suplente, e, depois, dispensável. Após um ano de ocaso, o Barcelona aceitou vendê-lo à Lazio, que na altura pagou por ele quase três milhões de contos. De la Peña viajou para Roma em Julho de 1998, assinou contrato no mesmo dia que Fernando Couto, e foi recebido em ambiente de euforia. Mas a sua carreira nunca mais se encontrou.
Afilhado de Gaspart, amigo de Ronaldo
Baptizado "Pequeno Buda" por Josep Guardiola, um dos seus padrinhos à entrada no plantel do Barcelona, Ivan de la Peña foi encontrando guarida numa série de personalidades que lhe marcaram a carreira.
Foi lançado por Cruijff, "adoptado" por Robson, é amigo íntimo de Ronaldo e teve como padrinho de casamento Joan Gaspart, nada mais nada menos que o actual presidente do Barcelona. Dono de uma visão de jogo e de um sentido de passe muito superior à média, Ivan de la Peña parecia lançado para uma grande carreira, mas o seu fraco sentido colectivo e a incapacidade para cumprir tarefas defensivas fizeram cair este médio natural de Santander na lista de ódios de estimação de Louis van Gaal.
Tentou a sorte em Itália e em França, bem como o regresso a Barcelona, mas a cada ano ia fazendo menos jogos. Nas últimas duas épocas, não foi além dos 22.