Toni completa hoje um ano da terceira epopeia na Luz

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Fonte
www.record.pt
TONI começou a trabalhar no Benfica faz hoje precisamente um ano. A 7 de Dezembro de 2000, o sucessor de José Mourinho orientou o primeiro treino dos encarnados. Irrompendo do nevoeiro que se abateu sobre Lisboa nessa manhã, o técnico acenou no centro do relvado principal do Estádio da Luz aos cerca de 100 adeptos que o saudaram de forma efusiva. "É bom estar de volta. Hoje é um dia muito feliz para mim", afirmou, emocionado, após ter o primeiro contacto com uma equipa vinda de uma vitória robusta (3-0) sobre o Sporting, mas num incómodo sexto lugar. As dificuldades, portanto, eram muitas. "Não sou D. Sebastião, sou um homem sem medo", alertou o técnico, que disse logo o que lhe ia na alma. "O que me alimenta é um sonho. O sonho de ajudar o Benfica a ficar de novo à sua dimensão", referiu o terceiro treinador dos encarnados na época 2000/01. Um número invulgar ainda para mais quando íamos apenas em Dezembro. O alemão Jupp Heynckes saiu logo à 6ª jornada, seguindo-lhe José Mourinho com quem a equipa alcançou bons resultados. Contudo, o recém eleito Manuel Vilarinho nunca escondeu que o seu treinador preferido era Toni e, após uma série de acontecimentos bruscos, Mourinho acabou por ser demitido e Toni encetou a terceira aventura na Luz. O plantel ficou com feridas profundas dada a empatia existente entre o técnico e os jogadores, reconhecida sem qualquer tipo de preconceito pelo próprio Toni, o qual encetou logo a terapia: "É com estes jogadores que vou trabalhar, é neles que vou apostar tudo. São eles os melhores do Mundo". No entanto, o tempo encarregou-se de mostrar que o plantel estava longe de ser equilibrado para poder discutir o título. A euforia que invadiu a Luz antes da recepção ao Boavista depressa se transformou em desilusão, com o Benfica a terminar o campeonato num inédito sexto lugar. Houve quem vaticinasse que o estigma de ser o treinador na época em que o clube ficava, pela primeira vez no seu longo historial, de fora das competições europeias poderia destruir a imagem de Toni junto dos adeptos. Os protestos e insultos agudizaram-se ao ponto de os lenços brancos surgirem após a derrota (0-2) com o Alverca, na Luz. "Compreendo a tristeza dos sócios, mas não há cenário de demissão", garantiu o técnico que sentia a equipa a afundar-se e só desejava que a época terminasse. Uma sondagem Record/Métris realizada no final de Março deste ano dava conta que 57,1 por cento dos benfiquistas apoiava Toni. Uma base de apoio importante para suportar o calvário até final da temporada, marcada além dos maus resultados pelos conflitos com alguns jogadores. Toni suportou a tormenta porque sabia que em 2001/02 tudo seria diferente. Desde logo, esteve presente desde o início da reconstrução do plantel cujo objectivo assumido é conquistar o título. Contudo, o risco é maior pois o argumento de não ter responsabilidade na definição da equipa perdeu toda a validade. “A hora não é de balanços. A hora é de dizer que estamos numa fase crucial do campeonato”, afirmou, ontem, Toni para quem “serão sempre os resultados que possibilitarão a continuidade temporal”.