Luz tem génio sobre patins com queda para o futebol

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Record
"JÁ DISSE ao Toni, na brincadeira, claro, que quando precisar de mim é só chamar." A frase pertence a Panchito, o craque do hóquei em patins do Benfica e da selecção argentina, que faz arte em cima dos patins, mas que, também, tem queda para o futebol. Aliás, a vida do jogador está intimamente ligada ao desporto-rei e, como confessou, só não é hoje uma estrela do futebol porque uma lesão no joelho esquerdo o atirou para fora dos relvados. Quem ficou a ganhar foi o hóquei em patins e, de há dois anos a esta parte, o clube da Luz. "Se não tivesse tido o problema no joelho tinha certamente continuado a jogar futebol", disse Panchito, que defendia na altura, em 1998, as cores de San Martin, equipa da sua terra natal, San Juan. "Fiz um contrato de dois anos como profissional, mas só joguei oito meses, pois, entretanto, lesionei-me. Cheguei a ser operado, mas as dores continuavam cada vez que jogava, pelo que tive de deixar o futebol." E, tal como no hóquei em patins, o craque argentino jogava na posição de avançado, embora fosse um futebolista que se adaptasse bem a outras funções. Panchito quando veio para o Benfica trazia ainda mazelas das lesões, mas depressa sararam. "Agora, estou tranquilo e agradeço ao Dr. António Martins, que me operou o ano passado. Fiquei bem", enalteceu o jogador encarnado, que esteve perto de integrar o estágio de pré-temporada da equipa de futebol do Benfica. "Devido às lesões e operações, estava sem massa muscular. E era uma boa oportunidade para recuperá-la", reconheceu. Quando se fala de futebol, fala-se de Maradona, compatriota de Panchito e um verdadeiro herói na Argentina. "Teve os seus problemas, mas temos de nos lembrar dele dentro do campo e será muito difícil voltarmos a ver o futebol que praticava. É o melhor futebolista de todos os tempos. O Pelé e o Figo também são bons jogadores, mas distintos." Hóquei desde os seis anos O hóquei em patins sempre foi também uma paixão de Panchito, partilhada, de resto, com o futebol. Cheguei a praticar hóquei e e futebol ao mesmo tempo. Hóquei comecei a jogar aos 6 anos e aos 14 já actuava na I Divisão argentina", explicou o benfiquista, que, para além do seu país, e agora Portugal, também chegou a jogar hóquei em patins em Itália e Espanha, país onde representou duas equipas, Voltregá e Barcelona, esta última antes de vestir a camisola do Benfica. Mas da formação catalã, Panchito não guarda boas recordações. "Passei um ano muito chato no Barcelona, pois o responsável pelo hóquei, Vilacorta, não gostava de mim, andava sempre a implicar comigo e chegaram a dizer que me dava mal com os meus colegas. A verdade é que nunca ninguém me perguntou se era verdade o que diziam", confessou Panchito, que explica, ainda, o porquê de ser hoje um jogador mediático. "Ninguém conhecia o Panchito, até ao dia em que deixei "plantado" o Barcelona. Todos queriam saber quem era o "gajo" que não quis regressar ao Barcelona", explicou. O astro dos patins diz, ainda, que o Barcelona o mandou para o Benfica "pensando que seria um castigo. Mas hoje digo que estou no paraíso. Sinto-me bem em Portugal."