Benfica conquista segurança após encontrar defesa ideal

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Após várias experiências, Toni parece ter encontrado a solução para os problemas defensivos da equipa, que não sofre golos para a I Liga há 409 minutos. Cabral, João Manuel Pinto, Júlio César e Caneira entram no segundo terço da prova em clara vantagem na luta pela titularidade, formando um quarteto apenas alterado quando há lesões ou castigos. Contudo, frente ao Infesta e Sp. Braga, Argel deu conta do recado TONI encontrou o quarteto defensivo com o qual pretende levar o Benfica ao título. Desde que Cabral, Júlio César, João Manuel Pinto e Caneira se fixaram no onze, os encarnados só sofreram um golo na I Liga (o último a desfeitear Enke foi Derlei, avançado da U. Leiria, a 13 de Outubro, em desafio da 8ª jornada). São já 409 minutos sem consentir qualquer tento em jogos do campeonato, o que denota a segurança da equipa que, após os triunfos em Faro e Braga, parece estar a devolver a ilusão aos adeptos. Contudo, Toni sentiu sérias dificuldades no início da temporada para encontrar a melhor solução em termos defensivos. Depois de várias experiências, o treinador do Benfica parece agora ter encontrado o quarteto ideal, o qual é alterado apenas quando há lesões ou castigos. Foi o que aconteceu diante do V. Guimarães – Cabral ficou no banco por estar fisicamente limitado o que "arrastou" Caneira para a direita e permitiu a Pesaresi jogar à esquerda – e em Braga – Júlio César ficou de fora devido a uma pubalgia sendo substituído por Argel. A expulsão de Cabral no jogo de anteontem pode obrigar a nova mexida. Olhando para as três fases do processo de construção da defesa benfiquista, constata-se um facto indesmentível: a entrada de João Manuel Pinto no onze coincidiu com o início deste período de imbatibilidade que começa a ser longo e a aproximar-se do alcançado em 1999/2000, quando Enke esteve 681 minutos sem sofrer golos entre a 1ª e a 8ª jornada do campeonato. De facto, o jogo com a U. Leiria marcou um ponto de viragem na defesa benfiquista. O central ex-FC Porto relegou Argel para o banco, juntando-se a Júlio César no eixo do sector. Uma dupla que vai ganhando entrosamento a cada jogo disputado, assumindo-se como a solução preferida de Toni para acompanhar os laterais Cabral (direita) e Caneira (esquerda). Refira-se, no entanto, que Argel aproveitou da melhor forma a ausência por lesão do compatriota Júlio César. O brasileiro foi titular frente ao Infesta, em jogo a contar para a Taça – contabilizando esse desafio o tempo de inviolabilidade das redes encarnadas sobre para os 499 minutos –, e Sp. Braga tendo cumprido em ambas as ocasiões. Apesar disso, Argel deverá ter de esperar até poder reaver a titularidade com que iniciou a época. Primeira fase: alternância à esquerda No início da época, todos os lugares da defesa do Benfica tinham um dono à excepção do de lateral-esquerdo. De Pesaresi esperava-se muito, mas dava-se-lhe o benefício da dúvida por ter começado tarde a pré-época. Por isso, Toni começou por estruturar a sua defesa com Cabral à direita, Argel e Júlio César no meio, alternado entre Pesaresi e Diogo Luís para o flanco esquerdo. Em quatro jogos que durou esta fase, o Benfica sofreu sete golos: dois na Póvoa, logo a abrir, num jogo em que Pesaresi foi expulso; dois em casa com o V. Setúbal, à terceira jornada; e três em Aveiro, jogo após o qual Toni decidiu mudar de rumo. Segunda fase: aposta em Caneira O jogo com o FC Porto, à quinta jornada, fica marcado pela aposta em Caneira para o flanco esquerdo da defesa. O objectivo parece ter sido segurar Capucho e a verdade é que, com os outros três componentes do sector a manterem os respectivos lugares, a experiência correu bem e o Benfica conseguiu a sua segunda baliza inviolada da época. Satisfeito, Toni pôde pela primeira vez repetir a composição da defesa em duas jornadas seguidas: no Restelo, contra o Belenenses, alinhou de novo com Cabral, Argel, Júlio César e Caneira. A colocação de Caneira a lateral esquerdo parece ter sido a primeira grande decisão da época e o primeiro passo rumo à segurança defensiva. Terceira fase: ascensão de J. M. Pinto O empate no Restelo marcou a fase mais difícil da época e Toni reagiu cortando o nome de Argel. Contra o Alverca, experimentou Caneira ao meio, promovendo o regresso de Pesaresi, mas os dois golos sofridos levaram-no a inverter o caminho: Caneira regressou à lateral e João Manuel Pinto entrou para o lado de Júlio César. Em Leiria, o Benfica ainda sofreu um golo mas, depois, fechou definitivamente a baliza. A chamada de João M. Pinto foi a segunda grande decisão da época e, com ela, o Benfica encontrou a estabilidade e um quarteto que só muda por por obrigação: Pesaresi jogou com o V. Guimarães por lesão de Caneira e Argel em Braga por impedimento de Júliio César