Contra o Benfica todos correm até morrer

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www.abola.pt
Para o jogo com o Moreirense, José Antonio Camacho conta com mais duas opções: o médio Petit, após ter cumprido castigo, e o avançado Sokota. «Estou muito satisfeito», referiu a propósito. E se é verdade que Petit está em plenas condições de recuperar o seu lugar no onze, cenário a que Camacho não se referiu, já a aposta no croata, para já nos convocados, obedece a alguns condicionalismos: «O Sokota já está com a equipa, mas um futebolista precisa de treino e de jogo depois de tanto tempo de paragem. Tenho por experiência que um jogador nestas circunstâncias sobe um pouco de produção, depois desce um pouco porque não se encontrou ainda consigo próprio, porque ainda não chegou ao golo.» Logo, juntou, «há que dar tranquilidade» ao futebolista. «Não se pode exigir a Sokota o mesmo que ao Nuno Gomes, que está jogando 90 minutos de cada partida.» O croata «precisa de confiança» para chegar mais perto de um patamar elevado em termos competitivos. Neste momento, frisa José Antonio Camacho a propósito de Nuno Gomes e de Sokota, «não é possível sequer equacionar colocar um ou outro, porque ambos estão em momentos de forma diferente». Apesar das condicionantes, concorda que está «mais descansado», já que dispõe de «mais possibilidades». Usar Sokota no decorrer do jogo com o Moreirense «dependerá da evolução do próprio jogo e da forma dos jogadores que estiverem em campo». Preocupado com eficácia José Antonio Camacho abordou ainda a questão da falta de eficácia na concretização revelada nos últimos encontros, nomeadamente frente ao Barcelona. «É lógico que me preocupa porque os golos sempre te dão mais confiança e permitem-nos encarar o jogo e o adversário de maneira diferente. Mas o que mais me preocuparia é se não criássemos situações de golo. O golo é uma questão de sorte ou de encadeamento e mecanização. O mais importante é saber criar oportunidades, porque seguramente que alguma entra. Contra o Barcelona, o Benfica queria fazer golos, é normal. O Benfica trabalha muito em campo. Os adversários, por exemplo, quando têm tido oportunidades é na conversão dos cantos ou de algumas faltas, não de iniciativa própria.» Sempre alerta Nesta fase da SuperLiga, o Benfica defronta adversários em situação menos confortável na tabela classificativa. Camacho olha para a classificação mas frisa que «o Benfica tem de respeitar todas as equipas, independentemente da sua posição na tabela». De resto, o maior inimigo do Benfica neste momento é entrar numa onda de facilitismo. «Cada um tem a sua mentalidade e os jogadores e adeptos podem pensar que por o adversário estar mais abaixo na tabela já será mais fácil.» Nada mais errado: «Eu digo, no entanto, que será um jogo difícil. Por exemplo, o Moreirense vem de uma etapa boa.» A experiência mostra à evidência, segundo enfatizou o treinador espanhol, que, «contra o Benfica, no Estádio da Luz ou em qualquer outro sítio, todos correm, correm até morrer». Todos têm de se «capacitar» disso mesmo, pelo que «não será um jogo fácil para o Benfica», reiterando que «é normal que contra os grandes as equipas pequenas corram mais». Um discurso comedido que, no entanto, não esconde a ambição de José Antonio Camacho: «Independentemente dessa realidade, peço à minha equipa que faça o que tem de fazer em campo. Se isso acontecer, seguramente que sairemos vitoriosos.»