Geovanni faz escala em Lisboa

Fonte
www.abola.pt
Está oficialmente reaberto, a partir de hoje, o mercado de contratações e o Benfica vai tentar oferecer a José Antonio Camacho uma prenda de ano novo. Reforçar o plantel foi um dos pedidos efectuados pelo treinador espanhol que já definiu as principais carências da sua equipa. A prioridade aponta para um médio direito e o nome do brasileiro Geovanni, do Barcelona, é um dos que o treinador do Benfica gostaria de ver usar a camisola encarnada. Com 22 anos de idade, o médio não tem tido muitas oportunidades na formação de Louis van Gaal, e em cima da mesa está a possibilidade de se concretizar um empréstimo. Geovanni, curiosamente, passa esta manhã pela capital portuguesa, em trânsito a caminho de Barcelona, uma vez que esteve na sua terra natal, em Minas, no Brasil, em mini-férias de Natal e fim-de-ano. O voo da Varig em que o atleta viaja chega ao aeroporto da Portela ao final da manhã, ainda chegou a ser colocada a hipótese deste abandonar as instalações aeroportuárias para dialogar com os dirigentes da Luz, mas tudo indica que tal não aconteça, uma vez que o jogador tem instruções para se apresentar em Camp Nou, onde Van Gaal orienta um treino às 18 horas locais. Seja como for, durante o dia de hoje poderão existir avanços neste processo. O treinador holandês do Barcelona chega por volta da hora do almoço à capital da Catalunha e deverá então ser colocado ao corrente do desejo do Benfica em obter os préstimos de Geovanni. Se é certo que este é um jogador de quem Van Gaal à partida não deseja abdicar, também é certo que a sua saída, mesmo que por empréstimo, abre mais uma vaga para a entrada de um extra-comunitário no plantel grená, no caso o romeno Chivu, lateral-esquerdo... que curiosamente também foi oferecido ao Benfica há alguns anos, quando começava a despontar. Geovanni já teve conhecimento do interesse do clube da Luz – os dirigentes do Barcelona colocaram o seu empresário ao corrente da situação – mas em declarações ao site maisfutebol, disse o contrário: «Não estou sabendo de nada...», não escondendo contudo alguma insatisfação por não estar a ser regularmente utilizado no Barcelona. «Tenho jogado pouco, gostava de ter mais oportunidades, mas só quando regressar a Espanha poderei saber mais alguma coisa». Na Luz, Geovanni até já tem alguns amigos: «Joguei com o Roger na selecção e conheço bem o Argel», e não desmentiu que já falou sobre o Benfica com Robert Enke. «Falámos do clube quando ele chegou, disse-me que era uma equipa importante e com boas condições». Um extremo que gosta de jogar no meio Não tem sido fácil a vida de Geovanni em Barcelona. O entusiasmo inicial depressa deu lugar à decepção e a sua popularidade caiu em flecha, sendo neste momento um dos jogadores que os adeptos não se importariam de ver longe de Camp Nou. Utilizado como extremo-direito por Carles Rexach, o rendimento de Geovanni ficou aquém das expectativas e apesar da protecção de Louis van Gaal, que procurou incentivá-lo por ser o único extremo-direito de raíz no plantel, o brasileiro já fez saber que não se considera um extremo nato. «Jogar nas alas é complicado para mim porque tenho de fazer mais cruzamentos e menos golos. Sinto-me mais à vontade como segundo ponta-de-lança, por chegar mais facilmente à baliza», esclareceu. Mas não foi só o rendimento em campo a afectar a relação de Geovanni com os adeptos. A comparação com Romário e as palavras de revolta que proferiu, culpando o Barça pela sua ausência no Mundial de Coreia e Japão, tornaram ainda mais delicada a sua situação em Barcelona. «O facto de não jogar no Barça fechou-me as portas da selecção. Eu era o suplente de Romário e uma vez que ele não foi chamado, teria sido opção para o seleccionador», garantiu perante o olhar atónito dos jornalistas catalães. As reacções não se fizeram esperar e, em clara desvantagem com Riquelme, Saviola e Rochemback, os outros sul-americanos da equipa, Geovanni deverá ser o extra-comunitário sacrificado, caso se confirme a contratação do romeno Chivu, o grande sonho de Van Gaal. Nessa altura, o caminho ficará muito mais desbravado para o Benfica, que só poderia sonhar com uma cedência a título de empréstimo. Nas próximas horas é bem possível que existam mais novidades sobre este tema.