Miguel: «Só não jogo à baliza»

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www.record.pt
Fernando Chalana é o principal responsável pelo facto de Miguel andar a jogar a lateral direito. Jesualdo acabava de deixar o comando técnico da equipa e, com José Antonio Camacho na bancada, a antiga glória do clube assumiu as despesas no Benfica-Sp. Braga da 12ª jornada, sem qualquer receio de mexer nos alicerces do esquema deixado pelo antigo treinador: Hélder saltou do banco para o lugar de João Manuel Pinto e Miguel recuou para o lado direito da defesa. Duas apostas ganhas, que Camacho viria a manter até hoje. Embora não actue na sua posição original, o internacional, convocado por Scolari para a selecção A, garante que está perfeitamente adaptado. Uma vez Ricardo Rocha disse, numa situação semelhante, que jogava em qualquer posição, menos a ponta-de-lança. Miguel recorda as palavras do companheiro, e afirma que está à disposição do Camacho para ocupar qualquer posto... menos o de Moreira. "Sinto-me bem. Todos sabem que não é a posição que mais gosto, mas tenho facilidade em adaptar-me e tento sempre dar o meu melhor. Só não jogo a guarda-redes, de resto, acho que posso fazer qualquer posição", assegura. No desafio frente à União de Leiria, que marcou o regresso da equipa às vitórias, depois do empate com o Moreirense, Miguel assinou uma exibição digna de registo, merecendo mesmo o destaque nas páginas do nosso jornal. "Entrámos com vontade, atitude e felizmente o jogo correu-nos bem. Com o Moreirense houve algum cansaço da parte de alguns jogadores e ontem (anteontem) isso não se verificou. Sentíamos uma certa pressão por parte da Imprensa, dos sócios e do Sporting, o que contribuiu para que encarássemos este encontro da forma como fizemos", explicou. Mas será que as palavras de Camacho, na véspera, também não terão servido para "espicaçar" os jogadores? "Penso que sim. É um treinador que percebe muito de futebol e sabe que às vezes as críticas podem ter um efeito positivo." Acreditar Ao contrário de alguns dos seus colegas, Miguel acredita que o Benfica ainda pode sagrar-se campeão esta época. Face à diferença pontual existente em relação ao FC Porto pode parecer um devaneio, mas a esperança é a última a morrer... "Enquanto matematicamente for possível vou acreditar sempre. Tenho consciência que é difícil, mas ninguém sabe como vão decorrer as próximas jornadas... Tudo pode acontecer. Se não conseguirmos chegar ao título, vamos pelo menos tentar manter o segundo lugar para na próxima época podermos participar nas competições europeias, prova onde eu e a alguns jogadores da equipa nunca estivemos". «Foi uma enorme surpresa» A excelente campanha que Miguel tem vindo a realizar no Benfica não passou ao lado de Scolari e o seleccionador nacional acabou por surpreender tudo e todos – inclusivamente o próprio jogador –, com esta convocatória para o Itália-Portugal de quarta-feira, deixando de fora "habitués" como são os casos de Vítor Baía, João Pinto e Nuno Gomes. "Esta chamada foi uma enorme surpresa para mim, não estava à espera. Se o seleccionador entende que eu tenho de lá estar vou dar o meu melhor e tentar corresponder. O mais difícil era ser chamado à selecção A e, agora que já o consegui, vou tentar manter-me entre aquele lote de jogadores", salienta Miguel. «Objectivo é a vitória» O Nacional foi o responsável pela primeira derrota do Benfica esta época. Os encarnados levavam já quatro vitórias consecutivas quando, na deslocação à Madeira, acabaram por ceder (0-1), algo inesperadamente. Na próxima jornada, a equipa volta a defrontar os madeirenses, desta feita na Luz. "É apenas mais um jogo onde temos de somar três pontos. O objectivo, à semelhança do que tem acontecido, é a vitória", garante Miguel, recusando-se a falar em vingança.