PANCHITO III

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Fonte
maisfutebol.iol.pt
MF: Falando da situação na sua terra natal, a Argentina está a atravessar uma crise muito complicada. Como é que tem visto a situação? P: É triste. Eu tentei arranjar um iniciativa de rifas para ajudar as pessoas, mas é muita a burocracia e não só aqui, também na Argentina. Tentei ir ao governo pedir uma autorização, impossível, tinha de esperar para aí dois anos para conseguir, não sei, uns cem contos. Tentei falar com a embaixada, mas disseram-me que eles é que determinavam para quem ia o dinheiro. É impossível. E quem está longe sente muita tristeza. É triste saber que o teu tio faliu, que o teu amigo da vida inteira não tem dinheiro para comer. Nós jogamos hóquei e não somos ricos, ganhamos moderadamente, podemos ajudar a família mais íntima, mas amanhã sabes que aquela rapariga que foi tua namorada quando eras pequeno perdeu o emprego, que o outro foi para a prisão porque teve de roubar. Estive lá e sente-se medo em andar na rua, há raptos, roubos. As pessoas estão desesperadas. Mas vocês, embora em situação bem melhor, também estão em dificuldades. MF: O que pode ajudar a atenuar os problemas? P: Soluções há sempre. Hoje em dia o Mundo é comandado pelos Estados Unidos. São tão inteligentes que ajudaram a fazer uma União Europeia, mas mantêm tudo sob controlo. O FMI (Fundo Monetário Internacional) também é comandado pelos Estados Unidos- e que fique claro que não tenho nada contra eles porque estão a inovar e a crescer e há que bater-lhes palmas por isso-, mas não está nada interessado na Argentina. Se estivesse perto, ainda dava para fazer turismo, mas nem isso... A solução passa pelo FMI subir o polegar e ver que, se os argentinos estão a fazer as coisas bem, é preciso ajudar.