Benfica reconquista Taça de Portugal de modo inequívoco

Almada recebeu em festa a final da Taça de Portugal, com o público maioritariamente do Benfica, mas mais ruidoso a claque espinhense. Em campo, o defensor dos títulos de campeão nacional e da Taça e o 1ºclassificado da fase regular desta época. Como esperado, Estiva surgiu a oposto, no lugar do lesionado Sandro Correia. Do outro lado, Manuel Silva foi relegado para o banco, sendo rendido por André Lopes, substituição efectuada por José Jardim durante o encontro com o Castêlo da Maia.

O Benfica entrou no jogo da forma com que se pautaria a sua exibição ao longo do mesmo: concentrado, agressivo e matador. Com Carlos Teixeira a liderar a defesa e a recepção, Bruce concentrado em iludir os atacantes adversários, e com Dudu e Lukianetz implacáveis no remate, o Benfica aniquilando o side-out espinhense. E depois colocava a funcionar a principal arma do jogo: o serviço. Lukianetz, Dudu e André Lopes foram distribuindo autênticas bombas, coleccionando diversos ases, aos quais se juntava o serviço táctico e eficaz de Roberto Purificação, bastante concentrado nesta acção. O 1ºset foi fechado pelo jovem Marco Ferreira, na sequência de mais um serviço potente de André Lopes, aos 25-19 e deixava boas perspectivas para o resto do jogo.

O 2ºset trouxe várias expectativas. Como iria reagir o Espinho? Iria o Benfica contrariar a sua tendência deste ano e fazer um 2ºset melhor que o 1º? Os primeiros pontos trouxeram um Sp. Espinho crente, com o mágico Miguel Maia a comandar as suas tropas e a vantagem do Sp. Espinho era clara aos 3-7 e 6-11. Aqui deu-se o primeiro momento do jogo: com um dos seus “bombardeiros” a servir, o Benfica chegou aos 10-11, e depois, com outro, dos 12-13 para os 15-13. Com a vantagem a manter-se e a chegar aos 19-17, José Jardim recorreu a um “número” já utilizado no ano passado frente ao Sp. Espinho e com muito sucesso: Tirou o distribuidor Doug Bruce do campo e fez entrar o capitão Pedro Fiúza para o serviço. Mais um “bombardeiro” no serviço, que sem ter feito nenhum ás, originou com que as devoluções do Sp. Espinho fossem fáceis, o que permitia à defesa encarnada colocar a bola nas melhores condições no improvisado distribuidor, Schwanke, e o internacional brasileiro não desiludiu, servindo Lukianetz ou Dudu nas pontas, disparando o marcador para os 22-17. Com o set na mão, o Benfica fechou-o aos 25-19 e deixava o seu público em delírio.

O 3ºset ficou marcado logo no inicio: com 5-3 favorável ao Benfica, Dudu foi para o serviço, arrancando “bombas” atrás de “bombas” e com 11-3 a favor do Benfica, só uma falta de Lukianetz na rede impediu o score de aumentar. O Sp. Espinho, bravo, ferido no orgulho e com algumas substituições à mistura reagiu e aproveitou a ânsia dos jovens atacantes do Benfica (a partir deste momento a maior parte dos remates de Dudu e Lukianetz eram para fora) para reduzir a distância no marcador, de 13-5 para 13-8 e deoius oara 16-12 e 17-15, numa altura em que Miguel Costa deixava o campo lesionado. Neste momento, o Benfica ganhou novamente alento, com André Lopes a ser o protagonista dos serviços que permitiram ao Benfica disparar para 22-15. Mas mais uma vez a ânsia em acabar o jogo foi prejudicial e o Sp. Espinho reagiu, chegando aos 22-18, e aos 23-21. Depois disso o Benfica foi gerindo, cabendo a Carlos Schwanke o remate final do jogo, aos 25-22.

O Benfica conquistou assim pelo segundo ano consecutivo a Taça de Portugal, 11ª do seu palmarés (o Sp. Espinho tem 10, ou seja os dois clubes têm 21 troféus em 42 disputados), muito por mérito do seu serviço e de um jogo concentrado e bem preparado, o que dá prova de que quando se trabalha bem, os objectivos são alcançados.

Mérito inquestionável desta vitória para o plantel encarnado, mas também para o treinador José Jardim, que continua a ver o seu trabalho de dedicação ao clube premiado com títulos, bem merecidos.

Espera-se que esta vitória seja o embalar da equipa para um play-off que se avizinha muito difícil, mas onde os benfiquistas que estiveram sempre ao lado da equipa acreditam nela até ao fim. Espera-se que agora que mais benfiquistas compareçam nos jogos, na Luz e no resto do país, para apoiar o Benfica.

SL Benfica 3 – 0 SC Espinho (25-19, 25-19 e 25-22)

Benfica: André Lukianetz (15 pontos), Carlos Schwanke (5), Dudu (16), André Lopes (9), Roberto Purificação (9) e Doug Bruce (1); Carlos Teixeira (líbero). Marco Ferreira (1), Pedro Fiúza (cap) e Manuel Silva. Não utilizados: André Cabacinha e Éden Sequeira.
Treinador: José Jardim

Sp. Espinho: Miguel Maia (4), João Brenha (6), José Pedrosa (cap) (6), Estiva (6), Miguel Costa (1) e Kibinho (8); Paulo Fonseca (líbero). Bruno Gonçalves, Rui Mota Oliveira (1) e Januário Alvar. Não utilizados: Ricardo Rocha e Filipe Vitó.
Treinador: Rui Pedro Silva