Erros defensivos pagam-se caro...

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Depois da derrota frente ao Sporting, Ronald Koeman apresentou um «onze» com várias alterações (Ricardo Rocha, Léo, Laurent Robert, Manuel Fernandes). O Benfica começou bem o jogo, a exercer alta pressão sobre o adversário, impedindo-se de fazer o que melhor sabe, o contra-ataque rápido. Depois de Fábio Felício dar um primeiro sinal, foi a vez de Nuno Gomes falhar o golo à vista, só com Costinha pela frente. Volvidos alguns minutos, Manuel Fernandes envia uma bola ao poste, com o pé esquerdo. Nuno Gomes ainda tenta a recarga, mas sem êxito. A seguir foi a vez de Paulo César retribuir, também ao ferro da baliza de Moretto. O jogo estava movimentado, com sinal mais dos «encarnados», que exerciam forte pressão, mas incapazes de chegar ao golo, por «culpa» de um senhor guarda-redes (Costinha) que só não defendeu o remate de Manduca (80 m).

Contra a corrente do jogo, os leirienses chegam à vantagem (32 m). Disparo de João Paulo do meio da rua surpreende Moretto, que não está isento de culpas no golo (não viu partir a bola?). Aguardava-se a reacção do Benfica, mas até ao intervalo a melhor oportunidade pertenceu ao União, através de Maciel, com Moretto a defender para a frente.

Se a vantagem leiriense ao intervalo era castigo demasiado pesado para o Benfica, os adeptos encarnados, em maioria nas bancadas do Magalhães Pessoa, teriam boas razões para pensar, face ao que se passou na primeira parte, que a sua equipa não sentiria dificuldades para dar a volta ao jogo. Assim não aconteceu e logo aos três minutos da segunda parte, Maciel desperdiçou soberana ocasião para ampliar a vantagem, só com Moretto pela frente. A seguir foi a vez de Laurent Robert obrigar Costinha a mais uma defesa espectacular. Os leirienses tinham agora mais espaços para organizar o contra-ataque, o Benfica não baixava os braços. Até que, aos 56 minutos, uma «fífia» de Luisão, primeiro, e de Moretto (defendeu para a frente), depois, permite a Fábio Felício ampliar a vantagem.

As «coisas» tornaram-se ainda mais complicadas para o Benfica, que não desistia de tentar chegar ao golo, enquanto os leirienses defendiam agora a vantagem. Koeman rendeu Léo por Manduca, apostou ainda mais no ataque e o golo acabou por surgir. Estava relançado o jogo. Mas os pupilos de Jorge Jesus tinham a lição bem estudada e, por outro lado, apercebendo-se de que a sua equipa estava a recuar, o técnico leiriense fez entrar mais um avançado (Lourenço), conseguindo levar a água ao seu moinho. A ponta final foi de grande emoção, com o Benfica a fazer tudo por tudo para chegar, pelo menos, ao golo do empate – mas a esquecer a retaguarda e a sofrer o terceiro golo, num lance típico de contra-ataque.

Em jeito de balanço global, o Benfica não merecia sair de Leiria vergado ao peso da derrota. Jogou bem e criou as melhores oportunidades de golo, mas os erros defensivos pagam-se caro e o União de Leiria soube aproveitá-los, sendo certo que teve em Costinha o melhor elemento em campo, enquanto Moretto, no lado oposto, parece atravessar momento de alguma intranquilidade.

Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria

Árbitro: António Costa (Setúbal)

U. LEIRIA – Costinha; Éder, Renato, Gabriel e Tixier; João Paulo; Fábio Felício (Alhandra, 72 m), Jaime (Laranjeiro, 90 m) e Touré (Lourenço, 83 m); Maciel e Paulo César.

BENFICA – Moretto; Nélson, Luisão, Ricardo Rocha e Léo (Manduca, 69 m); Manuel Fernandes e Petit; Laurent Robert, Nuno Gomes e Simão; Nuno Gomes.

Ao intervalo: 1-0

Golos: 1-0, João Paulo (32 m); 2-0, Fábio Felício (56 m); 2-1, Manduca (80 m); 3-1, Maciel (86 m).

Resultado final: 3-1

Cartão amarelo a Fábio Felício, Marcel, Touré, Éder, Petit e Ricardo Rocha.

Texto: Jornal «A Bola»