A MELHOR EQUIPA NÃO PASSOU À FINAL
Frustração e injustiça após o duelo das meias-finais da Liga dos Campeões, ante o Palma, em que os encarnados (com razões de queixa da arbitragem) foram superiores, mas perderam (4-3).
Num embate com emoção até ao último segundo, a equipa de futsal do Benfica não conseguiu ultrapassar o Palma (4-3), na meia-final da Liga dos Campeões, disputada no Velòdrom Illes Balears, nesta noite de sexta-feira, 5 de maio. Fica o sentimento de injustiça, dada a vontade demonstrada na quadra, e a luta (também contra decisões de arbitragem) no sentido de haver um desfecho diferente.
Diante de um rival estreante em provas europeias, o jogo não teve um início fácil. Logo aos 2', após lance disputado entre Léo Gugiel e Cainan, os árbitros Nikola Jelic e Vedran Babic (Croácia) recorreram ao suporte de vídeo para confirmar a grande penalidade assinalada.
Martim Figueira entrou para o posto de Léo Gugiel, mas não conseguiu travar o remate de Tayebi, que colocou a formação da casa, organizadora da final four, na frente (1-0, aos 2'). A reação do Benfica, que disputou o 80.º embate nesta prova (quinta equipa com mais desafios), foi imediata. Com um remate cruzado, Arthur testou a atenção de Luan Muller, aos 2'.
Aos 5', uma perda de bola de Rocha precipitou uma rápida transição do Palma, concluída por Mancuso, que ampliou (2-0). De pronto, Mário Silva solicitou timeout, e o Benfica, já com quatro faltas, carregou no acelerador. Aos 6', Arthur disparou para fora, e, no mesmo minuto, Diego Nunes reclamou mão de Rojas, na área espanhola. Desta vez, não houve visualização das imagens e a partida seguiu sem castigo máximo.
Sem tremer, apesar da adversidade, aos 7', o Benfica teve mais uma excelente ocasião para reduzir. Apenas com o guarda-redes pela frente, Chishkala ofereceu o golo a Rocha, mas Luan Muller evitou o 2-1.
Com o Palma a chegar às cinco faltas cometidas (16'), o Benfica foi perdulário. Nesse mesmo minuto, Bruno Coelho arrancou e serviu Diego Nunes, que errou o alvo...
Ao invés, letais no contra-ataque, os espanhóis fizeram o 3-0. Tayebi bisou aos 18'. A grande diferença residiu mesmo na eficácia, mas Ivan Chishkala, um minuto depois, com um autêntico míssil, deu esperança ao Benfica com o 3-1.
Com mais posse de bola, a toada manteve-se. A finalizar o primeiro tempo, Arthur viu Luan Muller negar-lhe outro golo.
No reatar do encontro, com enorme garra, Léo Gugiel reduziu (3-2). O guarda-redes encarnado usou o bom jogo de pés, adiantou-se com bola e disparou para o fundo da baliza do Palma, numa altura em que estavam decorridos apenas 23 segundos da etapa complementar.
Contudo, em menos de um minuto, mais uma vez em contra-ataque, os espanhóis dilataram por Cainan, autor do 4-2.
À contrariedade, o Benfica, que ambicionava a terceira final europeia, desenvolveu uma grande jogada coletiva. Chishkala, Rocha e Gonçalo Sobral, autor do 4-3, foram os protagonistas do lance (25') que recolocou tudo em aberto. Havia muito tempo para jogar e o Benfica acreditou sempre que poderia reverter a situação.
Na quadra, só os encarnados tomaram a iniciativa em busca de mais golos. Luan Muller realizou uma grande exibição e impediu os sucessivos assaltos do Benfica à sua baliza.
Perante um Palma sempre na expetativa, e após recurso da equipa de arbitragem às imagens, surgiu novo revés para os encarnados, dada a expulsão de Rocha, aos 28', num lance com Marlon, em que o amarelo, exibido inicialmente, foi revertido e "transformado" em cartão vermelho direto.
Em inferioridade numérica, o Benfica defendeu bem, mas apanhou um susto com o remate de Rojas ao poste (30').
Pressionante, aos 35', houve mais uma ocasião para o empate: a tentativa de chapéu de Diego Nunes não levou a direção da baliza.
A 3m27s do final, Mário Silva arriscou tudo. Bruno Coelho foi utilizado como guarda-redes avançado e sucederam-se as ocasiões de golo para o Benfica. A inspiração de Luan Muller evitou males maiores para os espanhóis, que apenas ripostavam em contra-ataque.
O derradeiro minuto foi frenético. Jacaré e Arthur colocaram Luan Muller em apuros, mas o guarda-redes do Palma defendeu ambos os remates, correspondendo, de seguida, à tentativa de Bruno Coelho, cujo disparo foi desviado ainda por Francisco Tomaz. Por instinto, o empate foi negado ao Benfica.
No último lance da partida, Arthur faturou, mas o empate, que levaria a semifinal para prolongamento, não foi validado. Os árbitros reviram a jogada e concluíram que a ação foi executada quando o tempo regulamentar já se esgotara.
Sensação de enorme injustiça para os encarnados, que tudo fizeram para lograrem outro desfecho. Resta agora lutar pelo terceiro lugar numa partida, diante do Anderlecht, agendada para domingo, 7 de maio, às 16h00.
DECLARAÇÕES
Mário Silva (treinador do Benfica): "[Golo anulado no fim] Depois de chamarem o video support, eu não tinha grande expetativa, porque, hoje, o Benfica foi, de longe, a melhor das três equipas... Eu não tiro o mérito às vitórias dos meus adversários, mas fomos, de longe, quem quis mais do jogo e finalizou mais. É perceberem quantos defesas o Léo Gugiel não teve de fazer. Padecemos, aqui, um bocadinho de um critério diferente para as duas equipas. Num pavilhão com seis mil pessoas, sofrermos um golo de penálti, termos uma expulsão e um golo anulado, e fazermos o que fizemos até ao fim, porque obrigámos o Palma a sofrer, é de uma equipa que está a criar, com pouco tempo, uma identidade diferente. Uma coisa garanto: esta equipa vai começar a ganhar estas competições de uma forma clara e evidente, porque cada vez mais nos sentimos melhor equipa e mais capazes, e hoje fomos de longe a melhor equipa das três, e uma delas teve muita dificuldade em conviver com isso. [Penálti por assinalar contra o Palma aos 6'] Eu acredito que as novas tecnologias vêm ajudar, servem para tirar dúvidas. E se essas dúvidas subsistirem após a consulta, deve-se manter a decisão do árbitro, e não foi isso que senti hoje. Nós confiamos nos atletas que temos – também trabalhámos em cima desta tecnologia de apoio –, e foram eles lá dentro que nos informaram que a bola foi ganha com o braço. Foi isso que eu pedi. A resposta que tive por parte da arbitragem é que não podia consultar isso, apenas ia consultar se tinha havido grande penalidade, ou não. Foi o que conseguimos apresentar perante as dificuldades que tivemos, perante a exigência do jogo com o Palma, que é uma excelente equipa. Reforço a mensagem mais relevante: à melhor equipa, hoje, não lhe foi permitido chegar à final. Do ponto de vista emocional, quando não conseguimos ser competentes o suficiente para alcançar outro resultado que não a vitória, temos uma capacidade diferente de gerir as emoções. Quando sentimos que não nos foi permitido atingir esse objetivo, é sempre muito mais difícil explicar isso a estes jogadores que se entregaram durante os 40 minutos, e que no fim conseguiram empatar, mas não nos foi possível ir para prolongamento."
Afonso Jesus (fixo do Benfica): "[Golo do Benfica no fim, depois revertido pela equipa de arbitragem] O empate, naquele momento, era justo pelo que fizemos durante os 40 minutos. Honrámos este símbolo, lutámos até ao fim e, parece-me, lutámos um bocadinho também contra a arbitragem, porque não era necessária tanta intervenção, nem haver dificuldade em apitar algumas coisas a nosso favor. O que fica é a nossa entrega, honrámos o símbolo que trazemos ao peito."
Informação do Jogo: https://www.slbenfica.pt/pt-pt/agora/noticias/2023/05/05/futsal-palma-benfica-liga-dos-campeoes-meias-finais
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- Universo Benfica on Wednesday, 3 May 2023