ACERTO EXPLICA A DIFERENÇA

Num desfecho inglório para tamanho apoio e número de oportunidades, o Benfica perdeu frente ao Sporting, por 4-3, neste domingo, 30 de março.

Ainda as águias não tinham entrado para o aquecimento e já os Benfiquistas começavam a preencher o setor a eles destinado no Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos. Quando tal aconteceu, foram recebidas com um efusivo aplauso, e não mais os adeptos deixaram de se fazer ouvir até ao final da noite.

Após um grande espetáculo audiovisual na cerimónia de abertura e a reprodução do hino nacional, dava-se, então, o pontapé de saída na final da Taça de Portugal. Bancadas cheias, público vivo, equipas competitivas em quadra... sentia-se o típico ambiente quente dos dérbis.

Foi com um cinco inicial composto por Léo Gugiel, Lúcio Rocha, André Coelho, Arthur e Jacaré que os encarnados tiveram uma entrada dominante no certame.

A explicação para esta superioridade não se ter espelhado de imediato no resultado assenta, em grande parte, na exibição tremendamente inspirada de Henrique Rafagnin, que travou, com dificuldade, tentativas de Arthur (1'), André Coelho (3'), Diego Nunes (4') e Jacaré (6').

De seguida, a contenda entrou numa toada mais balanceada, com chances para os dois lados: Léo Gugiel defendeu disparos de Merlim (7') e Henrique Rafagnin (10'), e Sokolov errou o alvo (8'); enquanto Carlos Monteiro (7'), Léo Gugiel (8') e Lúcio Rocha (9') tornaram a testar a atenção de Henrique Rafagnin. E Sokolov meteu o braço na bola, aos 11', mas a equipa de arbitragem nada assinalou...

Contudo, quando foi colocado à prova, Léo Gugiel também se mostrou seguro, afastando tiros de Merlim (12') e Rocha (13').

Silvestre – para fora, aos 13' – e Diego Nunes – para defesa de Bernardo Paçó, aos 14' – ainda tornaram a visar a baliza, antes de, enfim, os encarnados chegarem à vantagem.

À passagem do minuto 14, o Benfica dispôs de um livre em boa posição, e, de imediato, Silvestre apelou ao apoio dos Benfiquistas para este momento crucial. Estes corresponderam, e, moralizado, André Coelho atirou com potência para o fundo da baliza (0-1). Embora seja injusto destacar um momento de maior fervor dos adeptos do Glorioso, cujo amparo foi incessante, naturalmente, seguiram-se festejos vibrantes, entoando-se "Allez, Benfica, allez".

Ainda numa tónica nivelada, Zicky atirou desenquadrado (16'), e Lúcio Rocha foi bloqueado por Bernardo Paçó (17').

No penúltimo minuto do 1.º tempo, após rever as imagens de um lance de eventual expulsão para Taynan, por possível agressão, o árbitro manteve a decisão inicial de mostrar apenas o cartão amarelo, e, 10 segundos depois, o Sporting empatou, graças a um desvio de Zicky na área (1-1).

De seguida, a dois segundos do intervalo, Tomás Paçó deu a volta ao resultado, com uma finalização na área (2-1).

As águias tornaram a ter uma entrada muito forte na 2.ª metade, mas, mais uma vez, não abanaram as redes, desta feita com remates de Léo Gugiel (21'), Arthur (21') e André Coelho (22'), todos sustidos por Bernardo Paçó.

Num embate de metades bastante idênticas, este regressou a uma fase equilibrada, com Merlim (27') e Taynan (27' e 30') a criarem perigo para o lado dos leões – resolvido por Léo Gugiel –, e, para as águias, Higor a falhar a baliza por pouco (28'), e Arthur (29') a atirar para defesa de Bernardo Paçó.

Assim, acabou por ser a eficácia a ditar a diferença no marcador. Aos 30', num canto, Tomás Paçó cabeceou de forma certeira e aumentou a vantagem verde e branca (3-1).

A resposta dos comandados de Cassiano Klein foi imediata, tendo Arthur, na área, emendado um tiro de Léo Gugiel para dentro, ainda no mesmo minuto (3-2). Virando-se para a bancada e para os seus colegas, o internacional brasileiro tentou motivar todas as almas encarnadas a lutar pela Taça, as quais nunca perderam a crença e lutaram até ao fim. Mas, pouco depois, surgiu nova contrariedade...

Isto porque, aos 32', Merlim fez o 4-2 numa jogada individual pela esquerda do ataque.

No mesmo minuto, Lúcio Rocha (32') viu o seu disparo ser defendido por Bernardo Paçó, que, quatro minutos volvidos, a meias com o poste (detalhes...), afastou um tiro de Arthur. Antes (34'), o ala brasileiro havia atirado por cima.

Com Diego Nunes como guarda-redes avançado nos últimos minutos, o Benfica ainda conseguiu reduzir o desnível a quatro segundos do fim, quando o próprio internacional brasileiro abanou as redes na recarga de uma bola ao poste de Lúcio Rocha (4-3), mas era já tarde demais para conseguir evitar o desaire.

Após o término do duelo, nota para os persistentes cânticos de apoio à equipa – os únicos entoados – por parte dos Benfiquistas, que foram correspondidos com aplausos dos atletas. Numa demonstração de bom desportivismo, alinhada nos valores das águias, estes ficaram ainda na quadra durante a cerimónia de entrega da Taça.

O Benfica volta a competir no sábado, 5 de abril, às 20h00, contra o Quinta dos Lombos, no reduto adversário, em jogo da 18.ª jornada da 1.ª fase da Liga Placard.

DECLARAÇÕES

Cassiano Klein (treinador do Benfica): "Um orgulho muito grande na nossa equipa. A maneira de competirmos foi fantástica. Eu amo o futsal por isso, é apaixonante ter equipas corajosas que se propõem jogar. Foi um jogo muito equilibrado, as duas equipas tiveram momentos bons e pôde-se aproveitar o máximo na questão emocional em alguns momentos. Mas só queria agradecer aos adeptos que nos apoiaram, desde que cheguei que recebemos um carinho incrível. Estamos a lutar muito para conseguir retribuir com conquistas. Hoje é doloroso, por isso, queríamos presenteá-los muito, mas que tenham a certeza de que estamos a trabalhar muito duro longe dos holofotes. A equipa está empenhada, para que, no futuro, consigamos voltar a competir nesses jogos decisivos. A equipa tem de merecer, e eu vejo que o Sporting mereceu o título. Acredito que o Benfica também merecia, se tivesse ganhado, mas acho quem ganha são os adeptos que estão aqui e em casa a ver este jogo de futsal. Não tenha dúvidas, na nossa vida, nada define, ganhar um jogo não define a tua vida, e perder um jogo também não define a tua vida. Claro que é prazeroso receber troféus e conquistas. Estamos atrás disso. Mas os campeões não desistem nunca, e isso é o que nós procuramos passar aos nossos atletas. A admiração que temos por eles é essa insistência e consistência diária. Não tenham dúvida do amor que temos pelo futsal, vamos continuar a lutar com orgulho, para que no futuro consigamos ter esse sabor que o Sporting está a sentir hoje."

Afonso Jesus (fixo e capitão do Benfica): "Parabéns ao Sporting. Quanto a nós, no Benfica é muito difícil ter um discurso destes, porque no Benfica temos de ganhar sempre, a verdade é essa. Mas é com enorme satisfação aquilo que nós fizemos aqui hoje, com pequenos erros, é verdade, que se pagam muito caro nestes jogos. Mas já dei os parabéns à minha equipa pelo que fez aqui hoje, lutámos, olhos nos olhos, no jogo todo, fizemos aquilo que nos foi pedido e lutámos ao máximo para honrar o Benfica. Esperemos que tenhamos honrado o símbolo que trazemos ao peito. Agradecer aos adeptos e fazer a promessa que daqui até ao final vamos fazer de tudo para levantar outros jogos altos. A equipa está a ser construída, apoio nunca nos faltou nem nunca nos vai faltar, temos de continuar a trabalhar, continuar a trazer aquilo que são as nossas ideias, o nosso processo, isto é uma equipa à imagem do Benfica, aquilo que se passou aqui hoje, é verdade que temos alguns erros, sem dúvida nenhuma, mas é uma equipa à imagem do Benfica, e, se assim for, daqui até ao final, o Benfica tem uma palavra a dizer."

FICHA DE JOGO

Cinco inicial do Benfica: Léo Gugiel, Lúcio Rocha, André Coelho, Arthur e Jacaré

Suplentes: André Correia (NJ), Daniel Osuji (NJ), Silvestre Ferreira (J), Afonso Jesus (J), Raúl Moreira (J), Higor (J), Carlos Monteiro (J), Diego Nunes (J) e Tiago Reis (NJ)

Marcadores do Benfica: André Coelho (13'), Arthur (29') e Diego Nunes (39')

Informação do Jogo: https://www.slbenfica.pt/pt-pt/agora/noticias/2025/03/30/futsal-sporting-benfica-final-taca-de-portugal