Há gangsters neste país!

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Fonte
A Bola
O universo benfiquista despertou ontem com a bomba do caso Miguel, que se recusou a comparecer na Luz no primeiro dia de trabalho e que entrou em rota de colisão com o clube. Luís Filipe Vieira fez um pedido emocionado aos benfiquistas. «Não falem do Miguel porque ele não merece. Não podemos ter a memória curta, ele é um dos novos heróis do Benfica e a culpa é dos senhores que querem ganhar uns milhões de euros à sua custa. Miguel não traiu o Benfica, faz parte da nossa família e esta é a sua casa», disse, sublinhando que será encontrada uma solução e apelidando de «gangsters » aqueles que considera terem influenciado o jogador. Atenções centradas em Filipe Vieira, que disse estar confiante num desfecho positivoO momento servia para a apresentação dos novos reforços — Beto, Anderson e Karyaka — mas na cabeça dos benfiquistas presentes no Estádio da Luz e, mais concretamente, na loja da Adidas, percebia-se a revolta geral pelo caso de Miguel. Os comentários de desilusão e revolta ouviam-se em cada canto, cada conversa. Luís Filipe Vieira sabia que não podia ignorar o tema e o ambiente gerado, pelo que se disponibilizou para responder a todas as questões. Fê-lo em dois planos: a defesa de Miguel e o contra-ataque aos que considera responsáveis por toda a situação. Nunca mencionou nomes é certo, mas percebeu-se que se referia ao representante do jogador, Paulo Barbosa, e igualmente ao advogado de Miguel, Dias Ferreira. «Há muito boa gente neste País que ainda continua a dizer que o tempo volta para trás. Se pensaram que nos iriam desestabilizar estavam muito enganados. Sabemos o que queremos e o caminho a seguir », começou por dizer o líder do clube, em jeito de introdução para os pontos fortes que expressou de imediato: «Peço a todos os benfiquistas que não façam comentários sobre o Miguel porque a nossa memória não é curta. O Miguel é um dos novos heróis do Benfica e sabemos o que lhe estão a fazer. A culpa não é do Miguel, é dos senhores que querem ganhar uns milhões de euros com ele. Acho que brevemente teremos o caso resolvido e clarificado, por isso peço que nenhum benfiquista especule sobre o Miguel, ele não merece. Às outras pessoas é que temos de estar atentos e brevemente vamos desmascarar alguns destes senhores. Não vale a pena falarmos mais sobre o Miguel, é um jovem que todos nós queremos dentro da nossa casa e de certeza que, brevemente, iremos encontrá-lo aqui.» O silêncio deu então lugar a uma calorosa salva de palmas por parte dos adeptos presentes. Viram-se muitos rostos emocionados pelas palavras igualmente emocionadas de Luís Filipe Vieira. «Mundo cão» A partir daqui o registo alterou-se um pouco, com o presidente do Benfica a contra-atacar. «O que posso dizer é que neste País, infelizmente, existem alguns gangsters. Já aconteceu com outros jogadores que passaram pelas mãos de determinado senhor. Todos sabem o que ele fez. O Miguel irá cair em si e tem de se lembrar que tem mulher e filhos e representa o maior clube português, para não dizer que é o maior do Mundo. Ele próprio, na devida altura, também poderá explicar algumas coisas. Para já, vamos todos manter-nos calmos. Ouvi algumas declarações de benfiquistas sobre o Miguel e apelava a todos, mais uma vez, para que não tenham a memória curta, o Miguel não traiu o Benfica. Há outras coisas muito mais profundas neste mundo do futebol que, infelizmente, é um mundo cão. E algumas pessoas aproveitam-se de jovens como ele. Mas vamos chegar a bom porto», expressou, reforçando: «O Miguel faz parte da nossa família. Não estou preocupado porque conheço-o bem. O que se passou não tem nada a ver com ele, mas sim com pessoas que querem ganhar uns milhões de euros com a cabeça e as pernas do Miguel. Alguém o influenciou, alguém lhe prometeu mundos e fundos, mas o tiro saiu furado. Neste momento não vale a pena especularmos mais. O Miguel precisa é de estar sereno e de saber onde é a sua casa. Brevemente poderá aparecer.» Garantindo estar «sereno e tranquilo», Luís Filipe Vieira confessou que não foi totalmente apanhado de surpresa. «Há dez dias que sabíamos que alguma coisa se passava», disse.