Fonte
O JOGO
Al Capone
RICARDO LEMOS
A notícia d' O JOGO apanhou de surpresa os adeptos do Benfica que ontem se deslocaram ao Estádio da Luz para assistirem ao arranque da pré-temporada, mas não fez os responsáveis encarnados abrirem a boca de espanto. "Sabíamos há 10 dias", afirmou Luís Filipe Vieira, com o mesmo à vontade com que abriu os braços ao regresso do jogador ao plantel encarnado. Sem nunca hostilizar Miguel, centrando a responsabilidade do acto em que manobra por trás, o líder encarnado minimiza as possibilidades do jogador se segurar a argumentos esotéricos, ao mesmo tempo que abre espaço público para uma reconciliação - ainda que esta nunca venha acontecer. Miguel é jogador do Benfica, com contrato válido pelas próximas três temporadas. Pode, naturalmente, ter motivos para querer sair, tem legitimidade para pensar que na Luz apenas irá andar para trás ou que apenas no estrangeiro terá o mediatismo que merece, mas uma posição de ruptura nunca será condizente com a imagem de enorme talento que colocou sempre nos relvados. "Gangsters", acusou Luís Filipe Vieira, numa referência indirecta a quem está a manobrar na sombra, faltando, no entanto, explicar quem encarna o papel de Al Capone, o tal gangster que se afundou devido a problemas fiscais... No meio de tantas dúvidas, fica uma enorme interrogação: quem irá pagar a factura se Benfica não tiver motivos para rescindir com justa causa?
Amigos
"Ele é um jovem que queremos dentro da nossa casa e de certeza que brevemente o iremos encontrar de novo cá dentro"
Luís Filipe Vieira, ontem, na apresentação do plantel
Matilha
"São coisas muito mais profundas, porque infelizmente o futebol é um mundo de cão e algumas pessoas aproveitam-se de jovens como ele, mas vamos chegar a bom porto"
Idem