Duelo de Titãs

Fonte
SLBenfica
Old Trafford será o palco onde, esta terça-feira, às 19h45, o Benfica medirá forças com o Manchester United, em jogo a contar para a 2ª jornada da Liga dos Campeões. O campeão nacional chega ao “Teatro dos Sonhos” numa fase ascendente já que venceu as últimas três partidas e, acima de tudo, convenceu quem o viu jogar. Figuras como Miccoli, Nuno Gomes, Anderson, Nélson, Léo ou Simão deram nas vistas nas últimas duas semanas e ajudaram a catapultar o Benfica para a recuperação a nível interno e para uma excelente arrancada na Liga dos Campeões, o que lhe vale a liderança do Grupo D. Manchester joga tudo com o Benfica Pelo contrário, ao Manchester United tudo parece correr mal. Neste momento, já vê o Chelsea de Mourinho por um canudo na Premiership e, além disso, estreou-se com um nulo (em casa do Villarreal) na Liga dos Campeões, além de possuir uma mão cheia de jogadores fundamentais que estão lesionados ou castigados. Desengane-se, no entanto, quem pensar que o Benfica é favorito para a partida de Old Trafford. Pelo contrário, o United é um monstro do actual panorama futebolístico mundial e será, porventura, o clube mais rico do mundo, o que é materializado nos nomes sonantes que constituem o plantel à guarda de Alex Ferguson, bem como nas nove classificações consecutivas para as eliminatórias nas últimas edições da Liga dos Campeões. Apoiado por cerca de 65 mil adeptos, que tornarão Old Trafford um inferno (apesar de o Benfica estar bem representado com alguns milhares de portugueses), o United fará a vida negra ao “Glorioso”, especialmente quando homens como Giggs (deve ser, desta vez, titular), Scholes, Ronaldo ou Van Nistelrooy tiverem a bola nos pés. É certo que jogadores como Heinze, Keane ou Rooney farão muita falta à espinha-dorsal da equipa, mas o que não falta ao United são opções. No Benfica, existe uma única dúvida: jogará Karagounis no lugar de Geovanni? E se jogar o grego, actuará no meio-campo, descaindo Miccoli para a direita, ou será apenas realizada uma troca directa entre o brasileiro e o nº10? Fica a dúvida, mas não é de excluir que Koeman reserve alguma surpresa táctica. Não seria a primeira vez que tal aconteceria. Só um Benfica no seu melhor... Certo mesmo é que o Benfica necessita de jogar rápido, pelos flancos e com a bola junto à relva, caso queira alcançar um bom resultado em Manchester. Por outro lado, será fundamental que Petit e Manuel Fernandes não se limitem a destruir o poderoso momento de construção do miolo adversário. É que terão de ser os internacionais lusos a lançar um ataque preciso e rápido, de forma a apanhar em contra-pé o sector mais frágil dos ingleses: o último reduto. Na defesa, o Benfica apresenta bastantes atributos para se manter inviolável, mas os lances de bola parada necessitarão de ser encarados com toda a concentração. É que homens como Van Nistelrooy não costumam perdoar ao mínimo espaço que lhes é dado. Por outro lado, este é um jogo com história. Certamente que muitos dos benfiquistas querem desforrar-se da célebre final de 1968, em que os “Red Devils” venceram por 4-1, apenas no prolongamento, já depois de Eusébio ter falhado o golo da vitória nos instantes finais da partida. Essa será mais uma razão para o Benfica activar, como diria um certo treinador da nossa praça, o “chip” das saudosas noites europeias. Enfim, realisticamente, o Benfica chega a esta partida como líder do Grupo D e se conquistar um empate ou uma vitória fica em boas condições para começar a sonhar realmente com o apuramento para as eliminatórias. Mas, apesar de tudo... ainda a procissão vai no adro.