O “notável” presidente do povo

Fonte
SLBenfica
Passaram dois anos desde que a 31 de Outubro de 2003 Luís Filipe Vieira foi eleito, com mais de 90 por cento dos votos, presidente do Benfica. Logo naquele dia, o homem que havia sido até então o braço direito de Manuel Vilarinho (que deu um novo rumo ao clube após o desastroso mandato de Vale e Azevedo), quebrou um recorde, tornando-se no presidente mais votado de sempre na história do Benfica. Reencontro com a glória Começou, assim, uma história de sucesso, feita de lágrimas, suor, trabalho, amarguras mas, acima de tudo, sucessos e momentos emocionantes. Homem simples e integro, Filipe Vieira trilhou o caminho do reencontro do Benfica com o sucesso e com o povo, através de curtas palavras e largas obras, tendo defendido sempre o símbolo do seu clube de sempre. Hoje, o Benfica é novamente o Glorioso, fazendo as manchetes dos jornais pelos seus sucessos desportivos, bem como pelo seu ecletismo (Fernando Tavares é o rosto disso mesmo), ao contrário do que acontecia num passo recente, em que o clube da Luz era notícia pelas suas... desgraças. Trabalho de fundo O trabalho de Filipe Vieira assentou, desde a sua chegada, na recuperação da credibilidade (não só em termos financeiros, como também na imagem) e no regresso aos bons resultados desportivos. Feitas as contas, tais objectivos foram conseguidos, mesmo tendo em conta que ainda há um caminho a percorrer até que os benfiquistas possam dizer que os gloriosos anos 60 e 70 estão de regresso. Mas tudo a seu tempo... De edifício desmembrado ao actual Universo Benfica, onde bons profissionais (entre eles Domingo Soares Oliveira, Administrador-Executivo das empresas Benfica) colocam o clube nos carris do sucesso, foram apenas dois passos, ou melhor, dois anos de mandato. Financeiramente, evitou-se o fantasma da falência, equilibraram-se as contas e conseguiram-se gerar receitas através de contratos condizentes com a renascida marca Benfica e o desenvolvimento de jogadores que, mais tarde, originam boas perspectivas de negócio. Enfim... o sucesso futebolístico No entanto, e ao fim de mais de uma década (em que nunca foi campeão), coube ao Benfica presidido por Luís Filipe Vieira encontrar o equilíbrio no seu próprio plantel. Com uma base com quatro anos, o plantel actual é forte porque as compras foram poucas, as vendas igualmente curtas e, quer num caso quer noutro, foram quase sempre muito bem realizadas, trazendo mais-valias financeiras e desportivas. Além disso, a aposta na formação é uma realidade, sendo liderada por António Carraça, um elemento de enorme valia. Assim, os benfiquistas identificam-se hoje com os jogadores do seu clube (muitos deles caras da selecção nacional), ao contrário do que aconteceu em tempos, quando a Luz era um corropio de futebolistas e treinadores. Em relação as estes últimos, nada mais a dizer: afinal de contas, nomes como Camacho, Trapattoni e Koeman (todos eles triunfantes no Benfica, já que o espanhol ganhou uma Taça, Trap um campeonato e o holandês uma Supertaça) têm um passado que fala por si. Além disso, seria injusto não focar o nome de um homem que faz, com Vieira, uma dupla de sucesso: José Veiga. O presidente sabe bem onde há qualidade, a todos os níveis, e Veiga – o homem-forte do futebol do Benfica - tem qualidade. Ponto final. O “outro” Benfica de Vieira Concluindo... foi sob o mandato de Filipe Vieira que o Benfica se sagrou campeão nacional 11 anos depois, que venceu a Taça de Portugal nove temporadas depois, que conquistou a Supertaça 16 anos depois ou que regressou à Liga dos Campeões, após seis épocas ausente da competição máxima de clubes. Mas o actual presidente é bem mais do que títulos. Talvez tão ou mais extraordinário do que os resultados obtidos por Filipe Vieira noutras áreas, é o sucesso conseguido na área do património. Foi graças a ele e à acção determinante de Mário Dias que o Benfica se pode orgulhar de ter hoje um estádio único, um complexo desportivo de grande qualidade, uma zona comercial moderna e se prepara para ficar dotado de um belíssimo Centro de Estágio e Formação, no Seixal... de olhos postos em Lisboa. Vieira é o homem que chora diante do corpo de um miúdo (Miklos Fehér) que tinha ainda tanto para viver e para dar ao Benfica. É o homem que corre o mundo inteiro a incentivar os benfiquistas a tornarem-se sócios do seu clube do coração. Enfim, é o homem que exige que os seus jogadores sejam homens de família, até porque Vieira, como um bom benfiquista, assim o é. Os sócios e adeptos do Glorioso agradecem-lhe por ser tão notável... no verdadeiro sentido da palavra.