Quim observado em clima de sigilo

Fonte
A Bola
Apontavam os ponteiros do relógio, com precisão, 14.45 horas locais (menos uma em Portugal) quando Quim, Rodolfo Moura, cinesoterapeuta, e Lourenço Pereira Coelho, assessor da SAD, chegaram à clínica Arabella, situada no primeiro andar do Arabella Sheraton Hotel, na capital da Baviera. À sua espera, os primeiros flocos de neve e um frio a quem ninguém está habituado em Portugal. O mesmo que terá contagiado os ânimos da comitiva, já que apenas Quim reagiu com naturalidade e esboçou um sorriso quando passou pela reportagem de A BOLA. No mais, o visível incómodo pela presença de jornalistas e desde logo o traçar de fronteiras, por ordem da SAD: nada de captação de imagens nem tentativa de obtenção de necessários esclarecimentos que respondam à questão que os benfiquistas, em especial, fazem: passa-se algo com Quim? Depois de uma viagem de pouco menos de três horas de avião e de mais meia hora de taxi, entre aeroporto de Munique e a clínica, era tempo de um almoço retemperador, num restaurante nos arredores do hotel. Não havia pressas, até porque a médica Ulrich Mushaweck estava ainda no bloco operatório, num ritual de quase uma dezena de intervenções diárias, todos para debelar hérnias inguinais. De 10 a 27 dias O primeiro a receber a comitiva do Benfica foi um dos médicos da equipa de Mushaveck. Esta chegou cerca de vinte minutos depois e com Quim, Rodolfo Moura e Lourenço Pereira Coelho esteve cerca de 45 minutos. Naturalmente que o tema de conversa foi o estado clínico de Quim. Para quem a 24 de Outubro último garantia que Quim não precisaria de mais de dez dias para voltar a jogar, e sem dores, naturalmente que importa à médica avaliar minuciosamente o que se passa. Não só o guarda-redes do Benfica só voltou a jogar 27 dias depois, em Braga, com o Sporting local, como confessava Quim no final do jogo com o Lille que ainda sentia dores. Dois factos que não batem certo com o que afiançava a médica alemã. Tudo isto e muito mais foi discutido entre as quatro paredes do consultório. A lesão, o tempo de recuperação, as correcções que se podem e devem fazer para que Quim volte a estar a cem por cento. Ao que A BOLA apurou médica não detectou nenhum contratempo no pós operatório e hoje o departamento médico e a SAD vão analisar o dossier. Depois se saberá se Quim vai jogar no domingo, ou parar para seguir tratamento. Médica constrangida No final da consulta, a médica alemã preparava-se para, à semelhança do que acontecera em todas as anteriores visitas, prestar esclarecimentos a A BOLA. Era a primeira interessada em não deixar que se colocassem dúvidas quanto ao seu trabalho, mas o Benfica invocou o sigilo médico-paciente para impedir qualquer declaração. E em termos tais que a assistente dra. Angie, assistente de Mushaweck, se mostrou constrangida à reportagem de A BOLA, pedindo desculpa por, desta feita, não serem possíveis esclarecimentos por oposição clara do Benfica.