Benfica diz-se lesado por manobras na arbitragem

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O Benfica vai constituir-se como assistente no processo "Apito Dourado", adiantou, ontem, ao DN Andrade e Sousa, advogado do clube. Em causa está a notícia avançada pelo DN revelando a existência de manobras nos bastidores da Liga de Clubes para prejudicar os "encarnados" nas arbitragens. "A partir de agora o Benfica sente-se como lesado e daí vai confirmar no processo as suspeitas levantadas", declarou Andrade e Sousa. Além de eventual procedimento criminal, o clube poderá "aproveitar" os indícios recolhidos no processo para avançar com processos disciplinares no âmbito da justiça desportiva. "Primeiro temos que ver o que está lá e depois ponderar", explicou Andrade e Sousa ao DN. No processo "Apito Dourado" há referências a três jogos da época 2003/2004 em que são descritas movimentações para prejudicar o Benfica nas arbitragens. Um deles, com o Nacional da Madeira, envolve a actuação do empresário António Araújo, ligado ao FC Porto, e contactos com o presidente do Nacional, Rui Alves, e com o árbitro da partida, Augusto Duarte. O empresário no fim da partida comentou com Rui Alves a actuação do árbitro: "Manda quem pode, obedece quem tem juízo." O Benfica-Boavista dessa época também levantou suspeitas, sobretudo quanto ao facto de o presidente da Liga, Valentim Loureiro, ter sugerido o nome do árbitro Elmano Santos. E dizendo a um membro da Comissão de Arbitragem que não queria que fossem nomeados auxiliares da Madeira e de Lisboa. Também João Loureiro, segundo o Ministério Público de Gondomar, telefonou a Carlos Pinto, funcionário da Liga, para este dar um "toque" ao árbitro. Há ainda uma partida entre o Benfica e a União de Leiria, mas o MP arquivou as suspeitas por faltas de provas.